quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Satipatthâna Sutra - Os Fundamentos da Atenção Plena

ASSIM EU OUVI CONTAR1: Em certa ocasião o Abençoado estava vivendo na
região dos Kurus, onde havia uma cidade chamada Kammasadhamma2. Ali ele se dirigiu
aos monges assim: “Monges” – “Venerável Senhor”, responderam eles. O Abençoado
disse:
2. “Monges, este é o caminho direto para a purificação dos seres, para a superação
do sofrimento e da lamentação, para o desaparecimento da dor e da tristeza, para
aquisição do verdadeiro método, para a realização do Nirvana – os quatro fundamentos
da atenção plena.
3. “E quais são os quatro? Aqui, monges, um monge permanece contemplando o
corpo como corpo, ardente, plenamente atento e consciente, havendo deixado de lado a
cobiça e a tristeza em relação ao mundo. Ele permanece contemplando as sensações
como sensações, ardente, plenamente atento e consciente, havendo deixado de lado a
cobiça e a tristeza em relação ao mundo. Ele permancede contemplando a mente como
mente, ardente, plenamente atento e consciente, havendo deixado de lado a cobiça e a
tristeza em relação ao mundo. Ele permanece contemplando os fenômenos como
fenômenos, ardente, plenamente atento e consciente, havendo deixado de lado a cobiça e
a tristeza em relação mundo3.
1 Parte do Majjhima Nikaya (coleção de Discursos Médios do Senhor Buddha). Este é um dos sutras mais
importantes do Cânone Pali e contém o ensinamento mais abrangente sobre a meditação budista. Há um
sutra virtualmente idêntico, porém mais longo no Digha Nikaya (coleção de Discursos Longos). Uma boa
tradução para o inglês com comentários muito claros pode ser encontrado em Nyanaponika Thera, The
Heart of Buddhist Meditation.
2 Segundo historiadores, trata-se de uma cidade próxima de onde hoje se situa Delhi.
3 A estrutura do Sutra é relativamente simples. Em seguida ao preâmbulo, o discurso se divide em quatro
partes de acordo com os quatro domínios da aplicação da atenção plena. I. A contemplação do corpo
compreende quatorze exercícios: a contemplação da respiração; a contemplação das quatro posturas; plena
consciência [de todo o corpo]; das as impurezas do corpo; dos elementos; e nove contemplações do
cemitério, em que se medita sobre o corpo em diferentes fases de decomposição. II. A contemplação das
sensações, considerada como um exercício; III. A contemplação da mente, ou estados mentais, também um
exercício. IV A contemplação dos fenômenos em geral, também referida como contemplação dos dharmas

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