PREFÁCIO
O Racionalismo Cristão oferece aos estudiosos esta obra, que representa, inegavelmente, mais um decisivo esforço para transmitir-lhes uma visão clara, concisa e objetiva de fatos da mais relevante importância, que se verificam no cenário da vida terrena.
A vida fora da matéria é uma realidade inconteste.
Constituindo-se o Universo somente de Força e Matéria, uma importante tese se desdobra na associação desses dois princípios fundamentais. A investigação e o estudo dos fenômenos psíquicos da vida extraterrena têm trazido à luz numerosos conhecimentos que se encontravam ocultos por interesses subalternos de entidades nocivas, e que são parte integrante dessa tese, para cujo desenvolvimento este livro concorre com valioso cabedal.
Ninguém há que, tendo recebido boa educação moral e estando em pleno gozo de suas faculdades mentais, não procure afinar a sua conduta pelos princípios normativos do bom-senso comum, e ser bom, praticar o bem, mostrar-se, de algum modo, útil ao seu semelhante. No entanto, forçoso é reconhecer-se, a falta de conhecimento das verdades que a vida encerra é o motivo principal de não ser desenvolvido no ser humano esse sentimento nobre, ainda que elementar, que cada qual precisa e deve cultivar em favor do seu igual, seja amigo, companheiro ou mesmo desconhecido.
Quem somos, porque somos — eis a incógnita que este livro vem desvendar, abrindo novos horizontes ao aspecto da vida imaterial e expandindo os esclarecimentos que esse importante problema enfeixa.
A idéia que os indivíduos conservam de si mesmos, sobretudo no meio religioso, é, de um modo geral, nitidamente materialista. A imagem própria, para eles, é a que observam refletida no espelho, quando, na realidade, tal imagem traduz apenas a roupagem, que não passa de uma expressão acidental do espírito. Esta compreensão não escapa, porém, àqueles que sabem, com segurança, que o ser encarna numerosas vezes, até atingir determinado grau de evolução, sendo de lamentar que milhões de criaturas teimem, ainda, em não querer reconhecer esta grande verdade, e se mantenham na mais primitiva incompreensão sobre a posição que ocupam na trajetória da existência.
As falsas concepções, as crenças ilusórias e os enganos, que tanto têm atrasado o progresso do mundo no campo espiritual, precisam, pois, ser eliminados da mente humana, e todo trabalho que tiver esta finalidade não pode deixar de ser bem acolhido pelas pessoas sensatas, leais e amigas da verdade.
A "Vida Fora da Matéria" apresenta, no seu contexto, essa feição característica que constitui, sem dúvida, a garantia máxima de sua utilidade e valor. Por esta razão, embora as revelações demonstradas causem estranheza aos que, pela primeira vez, entrem em contato com elas, sobejos motivos terão para se regozijarem da oportunidade feliz que lhes possibilitou tão preciosos e úteis conhecimentos.
Na explanação da sua Doutrina, não tem o Racionalismo Cristão a mais leve sombra de caráter comercial ou especulativo. Não o move o propósito de arregimentar adeptos, visando nessa arregimentação um meio de obter subsídio material. Nele não há coleta de óbolos, arrecadação de espórtulas ou qualquer outro expediente que tenha por fim alcançar os haveres dos que se interessem pela Doutrina e a desejem estudar para saberem como pôr em prática os seus salutares princípios.
Daí, desse desinteresse material, a razão de poder expor, com autoridade, a verdade nua e crua, sem o menor artifício, por não recear afugentar os crédulos místicos e os dogmáticos renitentes, pois a finalidade precípua do Racionalismo Cristão é difundir princípios que levantem espiritualmente a humanidade, e não, como foi afirmado, arrolar prosélitos.
Faça-se o bem sem olhar a quem — é um aforismo que condiz com a forma pela qual o Racionalismo Cristão se apresenta. E bem maior não pode haver do que o de obter a criatura aquilo que lhe é mais necessário para o aproveitamento da sua encarnação, que é o esclarecimento.
— De que servirá ser o indivíduo arquimilionário, possuir riquezas materiais abundantes, coisa que quase todos procuram, se não tiver o conhecimento verdadeiro da vida, para saber dar às riquezas a útil aplicação que o dever exige? O resultado é que não estando preparado espiritualmente, não levando em conta que o que pertence à Terra na Terra fica, essas riquezas podem mais servir de estorvo à sua evolução, do que de ajuda.
Os que não perdem de vista a seqüência das encarnações sucessivas, facilmente compreendem que o milionário de uma encarnação poderá ser o esfalfado e desprovido da seguinte. De outro modo, não será também difícil compreender que, uma vez seja dada boa aplicação à riqueza, venha ela a beneficiar o seu inteligente distribuidor, na encarnação seguinte, porque não falha o sábio preceito que diz que "quem bem faz, para si o faz".
Todas estas alternativas, todos os índices para as subjugações materialistas são focalizados nos ensinos racionalistas cristãos, com a finalidade de melhorar as condições psíquicas da humanidade, possibilitando a formação de um ambiente mais favorável, a fim de que uma felicidade relativa possa ser assegurada pela paz e tranqüilidade do espírito.
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domingo, 18 de novembro de 2007
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