Kushiel's Dart foi o livro de estreia da escritora americana Jacqueline Carey e é também o primeiro da trilogia Kushiel's Legacy.
Este primeiro volume dá-nos a conhecer um mundo renascentista reinventado (Terre D'Ange é a França dos nossos dias), onde a mitologia está fortemente enraizada e onde existem várias Casas que reverenciam diferentes deuses. A história é contada na primeira pessoa por Phèdre nó Delaunay, uma menina rejeitada pelos pais na infância e que desde cedo sente dificuldade em integrar-se no mundo que a rodeia, não só mas também por estar marcada pelo deus Kushiel, que determina que ela não possa sentir prazer sem sentir dor.
A base principal da história são as intrigas políticas e é no meio delas que Phédre se vai encontrar, utilizando as suas habilidades de cortesã para recolher informações preciosas para o seu tutor Anafiel Delaunay. A descoberta de uma conspiração contra a herdeira do trono, Ysandre de la Courcel, irá virar a vida de Phèdre do avesso e levá-la a viajar para bem longe da sua terra.
Este livro, apesar de longo (tem um pouco mais que 1000 páginas) é uma leitura viciante, envolvente e na maior parte do tempo bastante agradável. Jacqueline Carey conta a história sem pressas, tecendo a cada momento a mitologia e história do mundo com o qual nos deparamos e dando a perceber ao leitor os costumes dos povos que vamos encontrando ao longo da história. Apesar de ser normalmente catalogado como fantasia, diria que estará mais dentro da história alternativa, com alguns elementos do fantástico.
Gostei de muitas coisas neste livro, mas provavelmente a que gostei mais foi da personagem principal. Inteligente, astuta e magnetizante, acompanhamos o crescimento de Phèdre, as suas dúvidas e os seus anseios, criando por isso uma empatia inevitável. Isso permite ao leitor "aceitar" e julgar importante para a história a descrição de algumas cenas que envolvem práticas masoquistas, e que suponho não serem para todos os estômagos, apesar de escritas de uma forma bastante elegante.
Depois, adorei a grande maioria das personagens secundárias. Todas elas extremamente bem caracterizadas, mais ainda quando penso que a história é contada na primeira pessoa.
Por fim, a história. Muito imaginativa, bem tecida e praticamente sem momentos desinteressantes ao longo das suas 1000 páginas. Fiquei fã e já mandei vir o segundo volume.
9/10
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