Um testemunho inesquecível sobre os sentimentos que marcam os laços entre humanos e animais.
«Uma história comovente, sentida, para quem tenha amado furiosamente, perdido o seu amor e pensado que a dor seria para toda a vida, ou perguntado a si próprio se enfrentar a morte não será o mesmo que enfrentar a vida.» - Chronogram Magazine
A Minha Opinião:
Comprei este livro e pus-me a lê-lo imediatamente durante as mini-férias de Páscoa.
A capa, não o título em si, chamou-me logo a atenção, especialmente, uma mulher sentada a segurar um cavalo. Fez-me bater o coração e exclamar “tenho que o ler!”.
Uma história verídica, um testemunho. O que é que esta égua, Lay Me Down, fez à autora? Como era a ligação entre a escritora e a égua, esta ligação que a marcou ao ponto de escrever este livro?
A égua sofreu maus tratos e a escritora também. Mas havia uma diferença entre elas: a égua continuava a ser dócil, generosa, boa, aberta ao amor, ao passo que a própria autora continuava enraivecida, agressiva, fechada no seu próprio mundo, abraçada à sua solidão – que a via como um porto de segurança absoluta – mas que não a fazia feliz.
Quando comecei a ler, revi-me nela. A empatia foi imediata, sentida. O mesmo amor aos cavalos. E também alguma raiva, embora a minha não seja a mesma que a dela.
Por isso, foi para mim, um livro especial. Uma leitura agradável, dócil, uma boa companheira, apesar de ser muito triste.
Este livro é sobretudo para amadoras de cavalos e também para pessoas solitárias com as mesmas características que a autora. Mas, uma pessoa que não seja uma coisa nem outra, pode gostar deste livro, achá-lo útil para compreender melhor certas pessoas e também "olhar" a morte com outro significado, até pode achar comovente uma história de amor equina, só que pode achar o livro banal. Quero eu dizer, por exemplo, uma pessoa que gosta de cães mas que não são a sua paixão e nunca alguma vez os teve na vida como animais de estimação, se lesse um romance sobre a ligação da pessoa com cães e sobre estes animais, não irá sentir-se uma afinidade ou reconhecer aqueles sentimentos, e portanto achará o livro banal. Contudo, recomendo a leitura deste livro também a estas pessoas. Tem uma forte mensagem para toda a humanidade.
Um pequeno excerto de que gostei particularmente:
“Também havia um pesado uniforme de cocheiro com botões de prata com o H dos Hartshorne gravado, o nome de solteira da minha avóe e o meu por parte da minha mãe. Quando tinha seis ou sete anos, vasculhava o seu conteúdo, tirando cautelosamente os tecidos frágeis e puídos e, uma vez, um dos botões caiu-ne na mão. Virei-o e, na parte de trás, estava escrito «Qualidade Superior».
Meti o botão na algibeira e trinta e cinco anos depois continua em minha casa, pregado no quadro de memorandos por cima da secretária. Pequeno e redondo, evoca mais imagens do que uma longa-metragem. Um toque apenas e transporta-me para um mundo de cavalos e carruagens, por volta de 1900: engarrafamentos de cavalos, cavalos doentes, cavalos estacionados na borda do passeio, cavalos a comer, cavalos cujo pêlo brilha como os lambris encerados do Knickerbocker Club, da Quinta Avenida, e cavalos tão hirsutos como cães rafeiros. Um perpétulo espectáculo equino: todos os dias, em toda a parte, a qualquer hora." - pág 10/11
Não vou dar a classificação a este livro, pois teria feito batota. Apenas o livro teve muito valor para mim.
Gosto mais desta capa e titulo originais:
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