sábado, 18 de abril de 2009

Razões do Coração – Rosalind Laker

Sinopse

Paris, 1894. Num impulso do qual nunca se arrependerá, Lisette Decourt foge de casa na véspera do seu casamento. Apesar de ter jurado nunca mais se apaixonar, quando conhece Daniel Shaw fica imediatamente fascinada pelo sedutor inglês e pelo seu espectáculo de "lanterna mágica", a arte precursora do cinema. O destino acaba por separá-los e Lisette refaz a sua vida como mulher independente e bem-sucedida, mas os seus sentimentos mantêm-se inalterados: ela não consegue esquecer Daniel. Quando o acaso volta a juntá-los, ele é já um realizador famoso, e vê nela a aura de magia capaz de a transformar numa grande estrela de cinema. E ele tudo fará para que nada impeça o seu sonho…

Pela mão de uma das mais apreciadas escritoras de romances históricos da actualidade, Brilliance recupera a época mítica em que o cinema dava os primeiros passos e apresenta-nos uma das suas fascinantes e inesquecíveis estrelas.

Edição/reimpressão: 2009

Páginas: 304

Editor: Edições Asa

ISBN: 9789892304526

Preço: 15€

Excertos

“Apesar de não ter estado contigo desde que foste à nossa festa de fim de ano, bem podíamos ter estado juntas ontem, que seria o mesmo … A amizade não depende nem do tempo nem da distância.”



A minha opinião

Lisete é uma jovem abastada a quem as circunstâncias da vida, após a morte da avô e, mais tarde, do pai, vão fazer com que mude completamente a sua existência. Em vésperas do casamento, Lisete vê o seu noivo a ter relações com a madrasta numa arrecadação da sua casa, e decide fugir procurando refúgio em Daniel, um iluminador de películas, que tinha conhecido no dia anterior, no espectáculo dado por si. A partir daí a sua vida vai sofrer uma reviravolta, mas Lisete mostra-se uma mulher forte e obstinada. Nada a fará parar.

Uma história que remonta ao tempo dos irmãos Lumière, da Rainha Vitória e aos espectáculos da lanterna mágica, percursor do cinema tal como o conhecemos agora. Os espectáculos de lanterna mágica onde as imagens eram paradas, mas tinham uma sequência de forma a formar uma pequena história. Os sons eram feitos por um assistente que se colocava atrás do mecanismo e mediante as imagens reproduzia os sons. Um espectáculo visto pelos vários extractos sociais e que prendiam qualquer pessoa a uma pequena história. Mais tarde começam a fazer pequenas filmagens que depois se transformam em cinema mudo. É aí que Lisete se torna famosa, como atrás principal em vários filmes realizados pelo seu marido Daniel. A vida do casal também é ela bastante aberta, e contra os costumes na altura juntam-se sem se casarem. Isso leva a que uma das criadas se sinta na obrigação de se despedir devido aos falatórios da vizinhança, por estarem numa situação de ‘pecado’. Foi engraçado como a autora nos remonta para os finais do século XIX princípios do XX através da história bonita e envolvente da protagonista Lisete que, apesar de abastada não se importou de arregaçar as mangas e ‘baixar’ o seu nível de vida em favor da honra e da virtude.

Sobre os Lumière

Auguste e Louis Lumière foram os inventores do cinematógrafo, sendo frequentemente referidos como os pais do cinema. Filhos e colaboradores do industrial Antoine Lumière, fotógrafo e fabricante de películas fotográficas, proprietário da Fábrica Lumière, instalada na cidade francesa de Lyon, inventaram o cinematógrafo, uma máquina de filmar e projector de cinema, invento que lhes tem sido atribuído mas que na verdade foi inventado por Léon Bouly, em 1892. no entanto, como Bouly terá perdido a patente, esta foi registada em nome dos irmãos Lumière a 13 de Fevereiro de 1895. Considerados os fundadores da Sétima Arte, juntamente com Georges Méliès, Louis e Auguste dedicaram-se à actividade cinematográfica produzindo alguns documentários curtos, destinados à promoção do invento, embora acreditassem que o cinematógrafo fosse apenas um instrumento científico sem futuro comercial. A primeira projecção pública de apresentação do invento ocorreu a 28 de Setembro de 1895 na primeira sala de cinema do mundo, o Éden. Mas a verdadeira divulgação do cinematógrafo, com boa publicidade e entradas pagas, teve lugar no dia 28 de Dezembro do mesmo ano, em Paris, no Grand Café, situado no Boulevard des Capucines. O programa incluía dez filmes. A sessão foi inaugurada com a projecção de La Sortie de l'usine Lumière à Lyon.

Os irmãos Lumière desenvolveram também o primeiro processo de fotografia colorida, a placa fotográfica seca, em 1896, a fotografia em relevo (1920), o cinema em relevo (1935), a chamada ‘’Cruz de Malta’’, um sistema que permite que uma bobine de filme desfile por intermitência.



O livro relata a primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière cujas filmagens mostram a saída dos operários das fábricas dos Lumière; a chegada de um comboio à estação e que provoca alguns gritinhos de medo na plateia; o almoço de um bebé e o mar. As produções são ainda rudimentares, mostrando episódios da vida quotidiana e têm entre um a dois minutos de duração.

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