Autor: Daniel Pennac
Editor: Edições ASA
Páginas: 166
ISBN: 9789724112008
Tradutor: Francisco Paiva Boléo
Sinopse
É sobejamente conhecido o desgosto com que os pais preocupados com a formação dos filhos costumam registar a inapetência destes para a leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio cheio de humor, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes neste processo de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias.
Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.
Como Um Romance é assim uma obra profundamente original, onde, de uma forma ao mesmo tempo divertida e muito séria, se aborda aquela que é porventura a questão central de que dependem o destino do livro e da cultura tal como a temos entendido tradicionalmente.
Opinião
Numa das minhas incursões à Feira do Livro de Lisboa deste ano, aproveitei para trazer este livrinho, que me tinha despertado o interesse não só por ter gostado imenso do "Mágoas da Escola", mas também porque se trata de um livro que fala de livros e da paixão pela leitura. A curiosidade era tanta que acabei por lê-lo no dia que o comprei :)
É um livro pequeno, que se lê depressa, mas recheado de conteúdo. Nesta pequena dissertação, Daniel Pennac fala-nos da tarefa de incutir o gosto pela leitura nos mais jovens, tanto a nível de pais como de professores. Faz várias considerações a nível das leituras obrigatórias na escola: em como, mais do que escolher obras adequadas, se deve pensar muito bem na forma e nos objectivos com que elas são lidas. Se a ideia é incentivar os jovens a ler, porque não tentar fazer com que os jovens se interessem realmente pelo que estão a ler? Claro que falar é fácil e a análise da obra é fundamental, mas pode transformar-se num prazer em vez de ser uma tortura. Daniel Pennac fala-nos de algumas das suas experiências, em que, após a reticência inicial dos seus alunos face a leituras obrigatórias, a leitura do próprio livro em voz alta na aula (um dos exemplos é do Perfume, de Patrick Süskind), fez com que a maioria deles se interessasse de tal forma que se sentiam impelidos a arranjar o livro para saber como terminava a história., antes de a leitura em aula terminar. Decerto não é uma fórmula mágica que funciona com todos, nem será a única solução, mas é de facto uma boa ideia.
O papel dos pais é igualmente importante: mais do que querer que os filhos leiam à força, devem, acima de tudo, disponibilizar-lhes os livros para que, se a necessidade surgir dentro deles, os tenham ali à mão.
Para além disso, Daniel Pennac enumera e explica os seus famosos Direitos Inalienáveis do Leitor. Deixo aqui também algumas citações que recolhi ao longo do livro. Gostei imenso!
8/10 - Muito Bom
[Livro n.º 36 do meu Desafio de Leitura]
Editor: Edições ASA
Páginas: 166
ISBN: 9789724112008
Tradutor: Francisco Paiva Boléo
Sinopse
É sobejamente conhecido o desgosto com que os pais preocupados com a formação dos filhos costumam registar a inapetência destes para a leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio cheio de humor, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes neste processo de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias.
Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.
Como Um Romance é assim uma obra profundamente original, onde, de uma forma ao mesmo tempo divertida e muito séria, se aborda aquela que é porventura a questão central de que dependem o destino do livro e da cultura tal como a temos entendido tradicionalmente.
Opinião
Numa das minhas incursões à Feira do Livro de Lisboa deste ano, aproveitei para trazer este livrinho, que me tinha despertado o interesse não só por ter gostado imenso do "Mágoas da Escola", mas também porque se trata de um livro que fala de livros e da paixão pela leitura. A curiosidade era tanta que acabei por lê-lo no dia que o comprei :)
É um livro pequeno, que se lê depressa, mas recheado de conteúdo. Nesta pequena dissertação, Daniel Pennac fala-nos da tarefa de incutir o gosto pela leitura nos mais jovens, tanto a nível de pais como de professores. Faz várias considerações a nível das leituras obrigatórias na escola: em como, mais do que escolher obras adequadas, se deve pensar muito bem na forma e nos objectivos com que elas são lidas. Se a ideia é incentivar os jovens a ler, porque não tentar fazer com que os jovens se interessem realmente pelo que estão a ler? Claro que falar é fácil e a análise da obra é fundamental, mas pode transformar-se num prazer em vez de ser uma tortura. Daniel Pennac fala-nos de algumas das suas experiências, em que, após a reticência inicial dos seus alunos face a leituras obrigatórias, a leitura do próprio livro em voz alta na aula (um dos exemplos é do Perfume, de Patrick Süskind), fez com que a maioria deles se interessasse de tal forma que se sentiam impelidos a arranjar o livro para saber como terminava a história., antes de a leitura em aula terminar. Decerto não é uma fórmula mágica que funciona com todos, nem será a única solução, mas é de facto uma boa ideia.
O papel dos pais é igualmente importante: mais do que querer que os filhos leiam à força, devem, acima de tudo, disponibilizar-lhes os livros para que, se a necessidade surgir dentro deles, os tenham ali à mão.
Para além disso, Daniel Pennac enumera e explica os seus famosos Direitos Inalienáveis do Leitor. Deixo aqui também algumas citações que recolhi ao longo do livro. Gostei imenso!
O verbo ler não suporta o imperativo. É uma aversão que compartilha com outros: o verbo «amar»... o verbo «sonhar»...
Reler não é repetir, é renovar constantemente um infatigável amor.
A leitura não resulta da organização do tempo social, ela é como um amor, uma maneira de ser. A questão que se coloca não é saber se tenho ou não tempo para ler (tempo esse que, aliás, ninguém me dará), mas sim se tenho ou não prazer em ser leitor.
Poucos objectos suscitam, como o livro, um sentimento de propriedade absoluta. Quando nos caem nas mãos, tornam-se nossos escravos - escravos, sim, porque são feitos de matéria viva, mas escravos que ninguém pensaria sequer libertar, pois são folhas mortas. [...] Fazemos passar os livros pelas piores provações. Mas é o modo como os outros o maltratam que nos magoa.
8/10 - Muito Bom
[Livro n.º 36 do meu Desafio de Leitura]
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