1- De que trata este seu livro «Quem mexeu no Meu Comprimido»?
R– O medicamento tem um desempenho fundamental na prevenção da doença e no seu tratamento. Não se entende o paradigma da saúde (auto-cuidados, culto da forma, adopção de estilos de vida saudáveis, etc.) sem o bom uso do medicamento. Vivemos um tempo que exalta a autonomia do indivíduo e a sua co-responsabilização na área da saúde. Para haver sucesso, a cultura do medicamento deverá fazer parte da educação e das escolhas criteriosas dos doentes crónicos e dos utentes de saúde em geral. Este livro procura preencher essa lacuna nas seguintes dimensões: propiciar noções elementares sobre o papel do medicamento na nossa saúde e no universo do consumo; procurar inserir o bom uso do medicamento num contexto amplo dos auto-cuidados, da literacia em saúde e dos direitos dos doentes e dos consumidores, especialmente no que toca à informação e à educação; ensinar o doente e o utente de saúde a tirar partido de todas as potencialidades que são devidas ao aconselhamento farmacêutico; reflectir sobre os novos desafios nas relações entre o doente e o farmacêutico, com o objectivo de melhorar a qualidade de vida e obter mais ganhos em saúde; convidar os formadores a usar o medicamento nas aulas de saúde e em todos os currículos orientados para a aprendizagem da cidadania. É um livro de divulgação, faço votos para que outros desenvolvam e aperfeiçoem estas temáticas, espero que outros pensem no aconselhamento do médico e do enfermeiro.
2- De forma resumida, qual a principal ideia que espera conseguir transmitir aos seus leitores?
R- A principal mensagem deste livro de divulgação é a seguinte: tens tudo a ganhar em seres exigente, em termos de promoção de saúde, e saberes mais sobre o medicamento, usá-lo para tirar o melhor proveito, saberes questionar e pedir conselho ao teu farmacêutico, ele não está no balcão da farmácia para te dispensar mecanicamente medicamentos, ele é um técnico do medicamento, os medicamentos devem ser dispensados com conselho, a educação do consumidor e dos direitos dos doentes exigem uma ampla e persistente discussão sobre o uso do medicamento e o aconselhamento farmacêutico.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Estou a meio da redacção da “Mulher Grande” (MINDJER GARANDI), narrativa de uma heroína anónima com incidências familiares. Trata-se das recordações de uma nonagenária, desde a I República à actualidade. Teve uma existência de privilégio, soube ultrapassar todos os vagalhões do sofrimento e da contrariedade, é a portuguesa típica da adaptação (à vida tropical, às novas profissões, aos imperativos da solidariedade). Era a história de amor que me faltava para agradecer as coisas boas que a vida me deu nas três mulheres que, na infância e adolescência, me ajudaram a ser quem sou.
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Beja Santos
Quem mexeu no meu Comprimido?
Temas e Debates
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