Título: AS PRIMÍCIAS
Autor: Dias Gomes
Gênero: Roteiro Teatral
Editora: Civilização Brasileira
Sexo e poder, as bases desta alegoria sobre o inefável direito do homem à liberdade. Ou, como Dias Gomes a classificou, alegoria político-sexual em 7 quadros. Cenário e personagens: uma grande propriedade rural, época indeterminada, dois noivos, uma noite de núpcias. Felicidade? Ainda não. Há o todo-poderoso amo e senhor e o jus primae noctis, o direito do proprietário de terras à virgindade das noivas camponesas. O marido, só na segunda noite. O jovem Lua e a jovem Mara decidem não aceitar a humilhação e se rebelam contra o costume. Vão enfrentar todas as perseguições e punições, mas as primícias da sensualidade juvenil de Mara serão de Lua. O amor explode num canto noturno de revolta. Há algo de Garcia Lorca nesta peça versejada: a noite, as bodas, os brancos lençóis banhados de luar, a postura hierática e orgulhosa dos personagens diante do destino que lhes vem ao encontro em inexorável tropel. Já o padre é uma figura bem mineira. Respeitar a Deus, sim, mas aos poderosos também, por que não? O mais importante no entanto é que, acima de época, lugar, influências, divergências ou semelhanças, as primícias é um texto do melhor Dias Gomes num significado além de limites e fronteiras. Um cântico universal de libertação.
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