quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Os Apanhadores de Conchas

Sinopse: Penelope Keeling, filha de artista, é uma mulher suficientemente independente e activa para aceitar passivamente a velhice.
Olha para trás e recorda a sua vida: uma infância boémia em Londres e em Cornwall, um casamento desastroso durante a guerra e o homem que ela verdadeiramente amou.
Teve três filhos e aprendeu a aceitar cada um deles com as suas alegrias e desilusões.
Quando descobre que o seu bem mais importante vale uma fortuna - Os Apanhadores de Conchas -, um quadro que o pai lhe deu de presente e pintado por ele próprio, é ela que passa a decidir e determinar se a sua família continuará a ser mesmo uma família ou se se fragmentará definitivamente.

Assim que este livro saiu com a colecção da revista Sábado tive de imediato imensa vontade de o ler, mas por um ou outro motivo, a sua leitura foi sendo adiada. Em boa hora lhe peguei.

Este é o livro de Penelope. Através dele, conhecemos a sua família, a sua história e os seus sentimentos. Tanto a família como a história da sua vida não são aquilo que normalmente consideramos como feliz, ideal. Dois dos seus filhos são pessoas ocas, interesseiras e pouco sentimentais; a sua vida foi, em boa parte do tempo, uma sucessão de infelizes acasos. Mas, apesar disso, Penelope é uma personagem notável que se mantém fiel àquilo em que acredita.

Todos os capítulos têm o nome de uma personagem, e, deste modo, todo o livro é um desfilar de personagens que fazem ou fizeram parte da vida de Penelope. Na minha opinião, a caracterização das personagens é precisamente um dos grandes trunfos do livro, como se ganhassem vida a cada palavra, a cada descrição. São daquelas personagens com as quais nos conseguimos identificar, e mesmo aquelas que aparentemente têm sentimentos menos positivos são descritas de tal forma que, mesmo não concordando, compreendemos as suas acções.

A narrativa salta constantemente entre presente e passado, e é precisamente no passado que se encontra a explicação para muitas das coisas que decorrem no presente. Recuamos à Inglaterra da 2.ª Guerra Mundial, acontecimento esse que marcou a vida de Penelope para sempre.

A escrita de Rosamunde Pilcher é simplesmente deliciosa, bem como a forma como ela escolheu contar-nos a história da sua fantástica personagem principal. Fiquei muito bem impressionada!

Para finalizar, quero ainda acrescentar que este é daqueles livros que ficam connosco mesmo depois de voltada a última página. Adorei!

9/10 - Excelente

[Livro n.º 7 do meu Desafio de Leitura]

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