quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Outro Lado Da Vida, de Barão Carl Du Prel

TRECHO:
PREFÁCIO


Se for verdade, como afirma Kant, que o bem estar da
humanidade depende da metafísica, é evidente que a questão da
imortalidade tem para nós uma importância primordial.
Sua influencia na vida social poderia manifestar claramente se
as opiniões que os homens adotaram sobre esse grave problema não
estivessem absoluto assim divididas: a Igreja erige a imortalidade
em dogma, sem nada provar; a ciência física nega-a; e finalmente
na filosofia encontramos defensores das duas opiniões.
Uma vez que ha milhares de anos vimos fazendo tantos esforços
intelectuais para obter a solução dum problema que tanto interessa a
humanidade, sem nunca chegarmos a uma conclusão definitiva,
temos de procurá-la tomando por um caminho completamente novo.
Trata-se de provar que possuímos uma alma e que esta pode
destacar-se do corpo sem perder suas qualidades essenciais. Para que
esta, prova seja universalmente admitida e a fé na imortalidade se
torne um bem comum da humanidade, com influencia sobre o bem
estar geral, faz-se mister que a prova se diferencie de todas as outras
dadas até aqui e que se revelaram ineficazes; consistirá essa prova
em demonstrar pela experiência que alma pode destacar-se do corpo,
mesmo em vida do homem.E se além disso for demonstrado que essa alma, assim separada
do corpo durante a vida homem, age e julga de maneira diferente de
quando está presa ao corpo, e que pode, funcionar de maneira
independente, então as divergências de opiniões terão que cessar, e
resolvido é ficará o problema da vida futura - problema para o qual
ignoramos foi considerado de tal forma certo que não havia mais
quem se desse ao trabalhe de tentar erguer o véu.
Enquanto o homem permanecer na duvida é uma criatura física
e mortal ou um ser metafísico e imortal, não terá o direito de gabar-
se da sua consciência pessoal, nem de limitar a ter morte como um
salto nas trevas. Isso não convém sobretudo a um filosofo, cujo
primeiro dever, segundo Sócrates, é o de conhecer-se a si mesmo.
CARL DU PREL

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