terça-feira, 14 de julho de 2009

A Igreja, de Eduardo Carlos Pereira

TRECHO:
Publicado em O Púlpito Evangélico, 1ª parte em julho de 1891 e 2ª parte no mês seguinte do mesmo ano.
"E se tardar para que saibas como deves portar-te na Casa de Deus que é a Igreja
do Deus vivo, coluna e firmamento da verdade" I Timóteo 3:15
Pondo de parte qualquer outra asserção do Apóstolo no texto, é meu intento, prezados
irmãos, indagar nesta hora alguma coisa sobre a natureza do Deus vivo, que afirma S. Paulo
ser a Casa de Deus, coluna e firmamento da verdade. Em face das idéias errôneas que
sobre este ponto reinam em nossa sociedade e das tremendas conseqüências que delas se
tiram, a importância do assunto se recomenda por si mesma. Cristo prometeu estar com a
sua Igreja até a consumação dos séculos, e edificá-la sobre a rocha inabalável, de modo que
as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. Diante dessas promessas importantes,
ensina-se a nosso povo que a Igreja de Cristo é uma congregação visível a palpável de
pessoas contidas dentro de uma organização determinada, e que essas pessoas pelo simples
fato de estarem dentro dessa organização, são herdeiros das promessas, e por
conseqüência, não podem errar, são coletivamente infalíveis. E quando a história mostra
que em nome dessa Igreja infalível e com sua autoridade se tem praticado horrendas
carnificinas e acendido milhares de fogueiras homicidas; e quando com as Santas
Escrituras se provam que, sob essa autoridade que não podem errar, espalham hoje mesmo
as doutrinas mais anticristãs, respondem: “Cale-se a ímpia história fementida, cale-se a
orgulhosa razão ante a Santa Madre infalível!” Com tais preconceitos, a voz da Igreja, como
o disse alguém, torna-se uma espécie de cabeça de Medusa, que tem petrificado o bom
senso de muitos.

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