terça-feira, 21 de julho de 2009

Os Intocáveis

Autor: Martina Cole
Título Original: Faces
Editor: Civilização Editora
Páginas: 488
ISBN: 9789722627979
Tradutor: Ana Baer

Sinopse: "Pouco antes de Danny Cadogan completar o seu décimo quarto aniversário, o pai abandona a família. Bêbado inveterado e tendo contraído uma dívida que se torna demasiado avultada, Big Dan Cadogan foge, deixando a mulher e os filhos à mercê da ira dos homens responsáveis pela cobrança da dívida. Determinado a proteger a mãe, o irmão e a irmã, Danny transforma-se, de um dia para o outro, num jovem adulto cujo objectivo na vida é conquistar o seu próprio lugar num mundo violento e perigoso. Com os anos, torna-se no criminoso mais temido do submundo londrino. A crueldade de Danny não se limita às ruas de Londres. Em casa, ele domina a mulher, Mary, e os filhos com pulso - e punhos - de ferro. Porém, se Mary quebrar o silêncio, o império de Danny poderá ser profundamente abalado, e para um criminoso no auge da sua actividade só há um caminho possível - a queda. Afinal, há outras formas de pagar as dívidas para além do dinheiro."

Opinião: A sinopse de Os Intocáveis, de Martina Cole, interessou-me de imediato, sobretudo porque despertou o meu lado sentimental. Parecia o retrato da vida de um vencedor, mas, embora o seja, os feitos nem sempre são alcançados pelos melhores trilhos. É uma obra interessante, porém mais extensa do que seria aconselhável.

A acção de Os Intocáveis foca-se, sobretudo, na história pessoal e profissional de Danny Boy. Quando a história começa, ele tem 13 anos e carrega nos ombros o peso das responsabilidades de um homem de família. Por ela, faz tudo, embora nem sempre tome as decisões a pensar no bem desta ou nos sentimentos de quem pertence a esse círculo. O seu carácter altruísta vai-se transformando e, ao longo da trama, percebe-se que Danny é, de facto, um ser individualista, bruto e fortemente afectado pela violência psicológica e física de que fora vítima.

A obra de Martina Cole permite-nos uma viagem profunda ao mundo da Máfia, onde o personagem principal vai ganhando espaço. Pelo reconhecimento social, ele e o seu amigo Michael, personagem secundária, mas sempre presente na estória, são capazes de tudo e acabam por perder noção da realidade e do aceitável. O livro permite-nos compreender os valores por que se regem os Padrinhos, as ideias dos mesmos e os negócios a que, muitas vezes, se associam para prosperar. Inevitavelmente acabamos por pensar neste livro como um espelho da realidade siciliana, à qual sempre se fecha os olhos, mas que se sabe existir.

A acção está recheada de intriga, suspense e violência que nos deixa boquiabertos. Embora a trama esteja bem construída, o livro parece-me demasiado longo, perdendo, por vezes, o interesse. A autora podia ter evitado algumas descrições demasiado extensas e que pouco adiantam à obra, como também podia não ter cedido a uma linguagem dura, banal e marcada por algum calão. Percebe-se a intenção – levar os leitores a entrar no mundo dos “duros” – mas, às vezes, é quase forçada. Para quem, como eu, adora histórias sobre a Máfia e pretende descobrir um pouco mais sobre os seus códigos morais (independentemente de os aceitarmos ou não), é um livro a ler.

7/10 - Bom

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