segunda-feira, 13 de julho de 2009

Entrevista a Mohammed Hanif


O autor do livro "O Caso das Mangas Explosivas" (sobre o qual publicaremos opinião em breve) respondeu a algumas perguntas colocadas por leitores portugueses, no âmbito da promoção ao livro levada a cabo pela Porto Editora e na qual colaborámos.

1) Não sabemos muito sobre o seu país. Pode falar-nos um pouco sobre a literatura paquistanesa?
É muito diversa e antiga. Tem histórias e poesias que sobrevivem há mais de cinco mil anos. Na literatura moderna, temos autores a escrever em, pelo menos, sete línguas. Temos poetas que escrevem tão bem como Borges ou Neruda. O romance moderno só teve início aqui há mais ou menos cem anos, mas já temos algumas obras de arte. Mas o Paquistão é normalmente conhecido pela sua música popular.

2) Que autores paquistaneses recomendaria?
A obra de Abdullah Hussain, Weary Generations (traduzido directamente do urdu), é um verdadeiro épico. Afzal Sayed é um grande poeta paquistanês e a sua obra estará traduzida em breve. Saadat Hassan Manto é, provavelmente, o melhor escritor de contos do mundo. Morreu há mais de meio século mas as suas histórias, disponíveis em tradução inglesa, são eternas.

3) Já escreveu argumentos. Considerando o grande sucesso do seu livro, pensa apresentar O Caso das Mangas Explosivas no grande ecrã?
Acho que só alguém com muito dinheiro, capaz de financiar a explosão de aviões verdadeiros, poderia apostar numa coisa do género. Acho, sinceramente, que o livro não é passível de filmagem. Mas acho que daria um bom musical.

4) Reconhece-se na personagem do Ali Shigri?
Quem me dera. A minha vida é um pouco aborrecida. Não sou muito bom com facas, espadas ou aviões. Ele é, então, o oposto de mim.

5) Quais são as suas expectativas quanto à recepção do livro em Portugal?
Espero que algumas pessoas gostem de mangas.

6) Porque decidiu regressar ao Paquistão, apesar do bom emprego e da escola do seu filho em Londres?
Porque sentia a falta de Karachi [uma das mais importantes cidades paquistanesas, situada próximo da costa com o mar Arábico, no oceano Índico]. Sentia falta do mar e sentia falta do ar. Já estou em Karachi há dez meses e nunca me arrependi de regressar. Nem o meu filho.

O Caso das Mangas Explosivas tem data de lançamento marcada para a próxima quarta-feira, 15 de Julho.

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