Para o final, reservámos o atelier Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês, a nossa jóia da coroa deste ano. Dos oito participantes, dois afirmaram peremptoriamente que não gostavam de ler nada, nem BD, nem jornais desportivos, nada! O outro elemento do grupo gostava de alguns livros, de aventura, mistério e policial.
Nos restantes cinco encontravam-se três raparigas repetentes, das quais duas já sabíamos que gostavam de ler, e dois rapazes que também eram leitores, embora algo envergonhados. Mas o desafio era conquistar aquele grupo de três rapazes, meio escondidos no fundo da mesa, desconfiados em relação a nós e ao que lhes levávamos. Depois de preencherem o perfil de leitor, que todos leram (é a vantagem de trabalhar com grupos mais pequenos), começou a escolha de objectos, imagens, excertos. E todos participaram. As reservas começavam a baixar. O auge, atingimo-lo quando desafiámos o grupo a fazer a correspondência entre os objectos, as imagens e os excertos, e os livros apresentados. Aí as vozes sobrepunham-se e os argumentos tentavam ir ao encontro do que imaginavam ser a narrativa. Foi bastante divertido.
Por ser um grupo de oito, pudemos manter esta ordem um pouco caótica, o que nunca acontece perante uma turma, em que somos nós a anunciar a correspondência e a verificar com o grupo se as suas escolhas iniciais correspondem ao livro escolhido.
Esta tarde ganhámos uma dinâmica em torno dos livros e dos participantes, e talvez seja esse o primeiro passo para desmistificar o acto de ler.
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