sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ao Encontro de Uma Nova Era, de Luís de Souza

TRECHO:
Prefácio
A fabricação e utilização de bombas atômicas são assuntos de
flagrante atualidade. As discussões nas Assembléias das Nações Unidas
têm despertado geral atenção. A atitude do Racionalismo Cristão em face
dum problema da tão terríveis conseqüências, capaz de esterilizar o solo ou
exterminar a vida em determinado ponto do planeta, é exposta no capitulo
ENERGIA NUCLEAR, desta obra, de maneira clara, simples e constitui
também uma advertência.
O átomo, esse elemento básico da matéria, contém, na sua estrutura,
um potencial de força extraordinária. A energia nuclear, subtraída dos
átomos, para os efeitos da bomba atômica, corresponde a uma parte de
força liberada de cada átomo, e não à liberação da sua potência total.
Com a desintegração da energia atômica, nas experiências nucleares,
desprende-se uma enorme radioatividade, que paira nas camadas altas de
atmosfera, daí descendo, depois, principalmente pelas chuvas.
Essa radioatividade é altamente nociva, não só porque esteriliza a
terra a aumenta o calor atmosférico, como ainda porque, em se tornando
cada vez mais densa, pode chegar a um limite, não muito distante, de
eliminar a vida no planeta, pela sua influência direta.
O hidrogênio é o mais leve dos gases e, por Isso, se encontra,
praticamente puro na periferia da camada de ar, ocupando uma faixa; ele é
grandemente inflamável e, em conseqüência das explosões das bombas de
hidrogênio a grandes altitudes, é possível dar-se uma explosão, com uma
incandescência tal desse gás e decorrente de temperatura elevadíssima, que
produzirá a morte de todos os seres viventes do planeta.
Resumindo, pode ser reafirmado que, quanto ao prosseguimento das
explosões atômicas, duas reações podem dar-se: ou a explosão do
hidrogênio, na parte superior da atmosfera, e conseqüente destruição de
toda a vida, na superfície do globo, ou ficar a atmosfera fortemente
densificada de radioatividade, o que produziria um resultado igualmente
fatal, com a diferença que, no primeiro caso, a morte sobreviria de maneira
muito mais rápida do que no segundo.
O desenvolvimento científico precisa ser feito, concomitantemente,
com o espiritual, caso contrário, a humanidade fica exposta ao
desaparecimento. Por esse risco passa presentemente a Terra, se as
experiências e utilização das bombas atômicas não forem suspensas.
Por aí se conclui que a continuação das experiências atômicas
representa um risco, sob mais de um aspecto, e que motivos de ordem
científica o espiritual prevalecem, de forma bastante nítida, para que não
surjam dúvidas quanto ao desfecho das perigosas explosões. Esta
advertência, aqui registrada, visa alertar os que ainda puderem revogar as
disposições destruidoras de que se acham dominados.
Luís de Souza

Introdução
Todos os estudantes do Racionalismo Cristão estão empenhados em
absorver os seus ensinos, pondo-os em prática onde quer que se
encontrem. Igualarem-se a sectaristas não seria possível, pois, se o
fizessem, onde estariam os conhecimentos espirituais adquiridos?
Quem se esclareceu, quem sentiu a força da vida fora da matéria,
quem percebeu a realidade dos fatos nos planos astrais, não pode mais
encaixar o seu raciocínio nas reduzidas expressões materialistas adotadas
por vários credos, e retroceder.
O mundo está repleto de indivíduos que só crêem naquilo que podem
apalpar e ver com os olhos da carne. Para estes, só há um caminho capaz
de os conduzir dentro dos limites de uma relativa e insegura consciência
moralista, que é o que as seitas apontam.
E uma ilusão pensar que todos estão preparados para conhecer a
Verdade nua e crua, na sua singeleza ou rudez. Na realidade, todos
marcham, implacavelmente, para ela, ou na sua direção, mas como a
estrada é longa, uns seguem mais à frente, enquanto outros retardam,
desnecessariamente, a caminhada.
Ninguém poderia acreditar na realidade das invenções - que hoje são
corriqueiras - se elas não fossem apresentadas. Assim são os sectaristas
incrédulos quanto ao que lhes informam os espiritualistas, por se
encontrarem ainda distanciados do ponto chave do despertar espiritual. E
como têm preguiça de investigar por si mesmos, seguram-se,
vigorosamente, ao sacerdote, como ponto de apoio, e este, por sua vez,
lhes mostra a cartilha milenar ortodoxa, como única saída.
Diante desse quadro, o Racionalismo Cristão é tolerante e
compreensivo. De maneira nenhuma deseja incutir no espírito de alguém
os seus Princípios. Não há esse afã de procurar "salvar" o próximo. Salvar
por que, se não existe condenação eterna? O livre arbítrio é um direito que
a todos assiste e, então, se preferirem dar, nesta e em vidas subseqüentes,
milhares de voltas, em lugar de seguir em linha reta, é assunto que
somente a eles diz respeito. Logo, não há razão para ninguém ter receio de
ser assediado, envolvido, catequizado, instado para fazer parte do
Racionalismo Cristão, por ser tal procedimento contrário, inteiramente, aos
preceitos doutrinários.
Quem não tiver o espírito amadurecido para receber,
espontaneamente, o Racionalismo Cristão ou a síntese das normas da Vida
que ele proclama, nada tem nele que aprender nem dará valor ao que ouvir
ou ler dos seus ensinos. Ninguém dará também maior atenção a isso, por
saber que as leis naturais são imutáveis e a natureza não dá saltos.
No entanto, os que podem sentir o Racionalismo Cristão, encontram
nele beleza, ensinamentos morais da mais alta concepção e reverência aos
postulados espiritualistas que elevam e fortalecem o espírito.
O lema democrático e cristão "liberdade, igualdade e fraternidade", é
esposado, dignamente, pela valiosa substância que encerra. O
Racionalismo Cristão vê na liberdade o direito de pensar, de escrever, de
ensinar, sempre com o alto propósito de beneficiar, esclarecer e remodelar
hábitos e costumes, no rigor da moral cristã; vê, na igualdade, o ser como
partícula da Inteligência Universal igual perante o Todo, não fazendo, por
isso, distinção de raças e nacionalidades, de pobres e ricos, de nobres e
plebeus, mas a todos considerando como almas em evolução, merecedoras
de apoio espiritual, e vendo na fraternidade a união de todos numa só
família que marcha na Vida com um objetivo comum, que é o de alcançar
a derradeira etapa da evolução.
Além desse lema, empenha-se o Racionalismo Cristão pela ordem, a
moralidade, a decência, a virtude e o amor ao próximo. A ordem
compreende o método, a disciplina diária, que fazem com que as
obrigações sejam executadas em tempo e as pessoas estejam sempre nos
seus postos ou nas posições em que os deveres reclamem a sua presença,
de maneira consciente, a moralidade, compreende o respeito que o
indivíduo deve a si mesmo, a dignidade pessoal, a honorabilidade em
todos os atos, a retidão nos empreendimentos e compromissos assumidos,
a discrição nos julgamentos e o respeito aos direitos alheios; a decência,
compreende a limpeza moral e física, a nobreza de atitudes, a
superioridade em desculpar e a habilidade em reerguer o humilhado; a
virtude, compreende a ação filantrópica, o espírito de renúncia e a
capacidade de sacrifício; o amor ao próximo, compreende o interesse ativo
em favor do semelhante, o valor que se souber dar à amizade,
cultivando-a, dedicadamente, e o sentimento cristalino da solidariedade.
O mundo está infestado de sensualismo, de hipocrisia. de egoísmo,
de falsidade, de indivíduos que não possuem o menor escrúpulo, que
traem, prevaricam, lesam, difamam e escondem debaixo da máscara de
bondade todas essas misérias.
Sempre houve na Terra seres de tal espécie, mas o seu número tem
aumentado consideravelmente. Na época atual, há muito mais ensejo para
desfrutar a riqueza, e a multiplicidade de gozos que o mundo oferece é
avidamente disputada pelas criaturas mundanas, sôfregas de prazeres
terrenos. Vem daí o aviltamento do caráter, que se corrompe diante da
ânsia incontida de fazer fortuna para poder atirar-se às orgias, ao luxo, à
ostentação, à superexcitação das emoções vibrantes de sabor sensualista.
Eis porque se mantém o Racionalismo Cristão como um farol aceso,
para que ao seu encontro venham os que não querem naufragar, os que
buscam a paz, os que não desejam viver atribuladamente, sem rumo, sem
orientação. No meio corrupto da humanidade, há os que, embora poucos,
relativamente, desejam outro viver, outro meio, outras companhias. Esses
são os que, dia mais, dia menos aportarão ao Racionalismo Cristão para
regozijo e esclarecimento de seus espíritos.
Quando se chega a compreender que além da luz solar, há uma outra
luz, muito mais brilhante, que os olhos físicos não vêem, então o aspecto
da vida muda de paisagem e os seus horizontes se dilatam.
Os capítulos que compõem este livro são desdobramentos da
Doutrina Racionalista Cristã focalizados com o objetivo de enfatizar, com
argumentos mais amplos, os Princípios exarados na obra básica.
Muito a propósito foi o Racionalismo Cristão lançado à Terra neste
século vinte, pelo Astral Superior. Nada é feito por acaso, e tudo tem a sua
razão de ser. O progresso vertiginoso do século está arrastando as massas
humanas para o mais agudo materialismo. As religiões não possuem
recursos espirituais para conter a avalanche do mal contaminante.
Era preciso, pois, imperiosamente preciso, que surgisse uma
Doutrina revolucionária no sentindo moral, para advertir o mundo do
perigo que corre. Essa Doutrina é o Racionalismo Cristão, que vem
edificando, com a mais absoluta solidez, os seus alicerces.
A missão do Racionalismo Cristão vem sendo cumprida com método
e regularidade. De ano para ano, novos progressos são registrados. Uma
obra dessa envergadura não é feita de improviso, nem caminha aos pulos,
pois segue a sua rota com ritmo e segurança.
Lutas vem tendo, e muitas, mas estas só têm servido para dar-lhe
maior fortalecimento e mais vigoroso impulso.
Assim se confirma que as Forças do Bem são inabaláveis, e que à
grandeza dos ideais correspondem os êxitos alcançados. Será de vitória em
vitória que a expansão da Doutrina se fará, e muitos milhões de seres hão
de ser atingidos, nesta geração, pelos salutares benefícios que o poder da
Verdade distribui.
Como não é o Racionalismo Cristão uma criação dos homens, a sua
Pátria é o Universo, pois a concepção fraternalista do seu Código tem
tamanha amplitude que abrange todo o Universo. Isto é natural. Os que já
despertaram para a Luz da Vida, encontram nessa elevada ordem de
pensamentos e concepções, um grande conforto espiritual.
O Racionalismo Cristão não é uma Doutrina estanque, em que a
criatura se satura e pode dizer que não tem mais o que aprender. Ela cada
dia apresenta lições novas, nas experiências que cada um tem de colher.
Os desdobramentos dos ensinos podem ser desenvolvidos em várias
direções, e em cada uma delas novas paisagens são oferecidas. Por isso, o
adepto do Racionalismo Cristão é um discípulo permanente que nunca
chega a ser diplomado, porque os conhecimentos a adquirir estão muito
além dos limites da imaginação humana.
A corrente racionalista cristã não se restringe ao orbe terráqueo,
estendendo-se pelos Planos Superiores, onde se acham em atividade
constante, em favor dessa mesma corrente, muitos milhões de espíritos
iluminados. Assim, o trabalho dos racionalistas cristãos não termina com a
desencarnação, mas continua, depois, no Espaço Superior, ainda com
maior intensidade.
O cultivo da inteligência faz-se com o estudo. É preciso estudar
muito, e sempre. O Racionalismo Cristão oferece a oportunidade de
conduzir o discípulo ao estudo, à meditação sobre o que ouve e lê, para
gravar, no subconsciente, o resumo concentrado do conhecimento.
Aquele que pára de estudar, pensando que já sabe tudo, marca passo
e não progride. As obras racionalistas cristãs precisam ser relidas e
meditadas. O estudo e a prática constituem um meio eficaz e simples de
fazer desabrochar as faculdades intelectuais.
Convém ponderar que a vida terrena vale pelo que pode dar de
experiência bem aproveitada; de acordes disciplinares, de espírito de
renúncia; de hábitos de simplicidade; de desinteresse pelas coisas vãs e
sem objetividade. A paz, a alegria, a felicidade, o encantamento pela Vida,
representam um estado que será desfrutado, cada vez mais e melhor, por
aqueles que tiverem adquirido o saber e o sentir na prática dos verdadeiros
conhecimentos espiritualistas.
O desdobramento dos Princípios racionalistas cristãos, apresentado
nesta obra é mais uma contribuição no sentido de facilitar aos estudiosos o
desvendamento dos segredos da vida. Decisão e firmeza não deverão faltar
nunca aos que quiserem vencer, aos que pretenderem apoderar-se das
rédeas de comando do ego rebelde o incontrolado, que pode ser contido
pela força de vontade.

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