domingo, 13 de setembro de 2009

O som e a fúria

O som e a fúria é uma obra do romancista americano William Faulkner, Prémio Nobel da Literatura em 1949 e que contém (na edição da Dom Quixote) uma particularmente bem escrita nota de introdução de António Lobo Antunes.
Nesta obra de Faulkner, dividida em quatro partes distintas, dá-se a conhecer a família Compson. A narrativa é feita por três indivíduos distintos: Benjy, Quentin e Jason, cada um com particularidades distintas e directamente relacionadas com o seu carácter e características específicas.
O som e a fúria é um livro violento e difícil que retracta a decadência de uma família do sul dos Estados Unidos e em particular a vida de Caddy Compson, irmã dos três narradores.
Faulkner, que domina a arte de bem escrever como poucos, dá largo uso à figura da analepse, sendo que em muitas situações torna-se difícil para o leitor contextualizar-se quer geográfica, quer temporalmente, sobretudo porque a primeira parte é narrada por Benjy, um atrasado mental.
Apesar da contextualização temporal ser uma dificuldade, a verdade é que apenas na última parte adquirimos uma noção completa da realidade que o autor nos pretende contar. As diferentes visões dos narradores propiciam uma amplitude estrutural de difícil manifestação.
O som e a fúria é a primeira obra que tivemos a oportunidade de ler de Faulkner, sendo certo que é considerada uma das suas obras-primas. Na realidade, esta é uma excelente obra (embora, como já referimos, difícil), e aconselhamos a sua leitura a quem procura na leitura não só um mero passatempo mas sobretudo o contacto com a genialidade.

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