terça-feira, 13 de outubro de 2009

Exílio dos Anjos (O) - Gilles Legardinier



Editora: Publicações Europa-América
Edição: 1ª Edição, Setembro 2009
Tradução: Rosário Morais da Silva

Valéria, espanhola. Peter, holandês. Não se conhecem, nem desconfiam da existência um do outro, no entanto ambos têm o mesmo sonho: uma capela localizada algures na Escócia surge-lhes vindo do nada… desde as suas infâncias… e eles que nunca saíram dos seus países...

Em simultâneo e por coincidência, viajam para a Escócia em busca de explicações para esse enigmático e persistente sonho e é precisamente nesse belo local que se conhecem.

Que elo de ligação há entre eles e esse enigmático sonho?
Quem são Valéria e Peter, será que são aquilo que verdadeiramente pensam que são…?

Gilles Legardinier é um apaixonado pela comunicação de emoções. Actualmente escreve guiões para o cinema, mas entrou no mundo da 7ª Arte como pirotécnico, sendo posteriormente realizador e produtor de filmes publicitários e documentários. Este “Exílio dos Anjos” é o seu primeiro thriller.

A ideia de Legardinier era boa e interessante quando imaginou este romance, porém, e na minha humilde opinião, ficou aquém do imaginado, caindo em clichés sucessivos e até numa clara imitação de um estilo que eu apelido de “estilo Dan Brown”.

Não fosse o seu autor guionista, este livro tem uma linguagem muito visual, diria muito cinematográfica. O autor escreveu esta história, claramente, para a mesma ser transposta para o cinema (talvez adaptada por ele próprio), nesse aspecto o livro até está bem conseguido porque, de facto, consegue transmitir imagens muito nítidas da acção, porém, o livro peca em várias situações.

Embora de início nos dê uma premissa muito interessante, depressa a deixa para segundo plano, transformando a acção até aí interessante, numa espécie de argumento policial do gato e do rato, onde uns personagens perseguem outros que, por sua vez, desconhecem o porquê dessa perseguição.

Para juntar ao facto acima referido, há uma forte incoerência num factor (não vou revelar) que até tem muito interesse, mas que o autor banaliza, ridiculariza, levando-o para campos absurdos e risíveis, tirando-lhe o crédito que, pessoalmente, dou.
Penso que é nisso que a história perde interesse, com o desejo de lhe dar um ritmo de thriller, o autor perde-se numa intricada teia de acontecimentos e ligações algo incoerentes. não conseguindo dar aquele toque de verosimilhança que os bons thrillers possuem.

A história é assim uma espécie de thriller de 4ª categoria, assente em teorias que o autor se propõe a maltratar, demonstrando, não só poucos conhecimentos, como também que não se deu ao trabalho de conseguir bases para credibilizar as suas teorias.

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