sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Caso das Mangas Explosivas

(nota: esta crítica é do Menphis)

Autor: Mohammed Hanif
Título Original: A Case of Exploding Mangoes
Editor: Porto Editora
Páginas: 327
ISBN: 9789720045126
Tradutor: Teresa Curvelo

Sinopse
No dia 17 de Agosto de 1988, o presidente paquistanês Zia ul-Haq morreu num acidente aéreo. No avião presidencial viajavam igualmente o chefe dos serviços secretos e o embaixador dos Estados Unidos. Não houve sobreviventes e, ainda hoje, a razão que levou à queda do avião continua envolta em mistério. O acidente ficou a dever-se a:
Falha mecânica?
Falha humana?
Impaciência da CIA?
Maldição de uma cega?
Generais descontentes com as suas pensões de reforma?
A estação das mangas?
Ou o responsável terá sido o próprio narrador, Ali Shigri, um jovem cadete da Força Aérea, que nos relata a sua participação nos acontecimentos?

Com um humor ácido e um ritmo trepidante, digno dos melhores thrillers políticos, Mohammed Hanif retrata sem contemplações os aspectos mais absurdos da vida militar durante os últimos dias de vida do cruel ditador Zia ul-Haq, expondo as manipulações de todos os implicados que, com a sua miopia política, contribuíram para o auge do fanatismo radical.

Opinião
Se pudesse definir o livro “ O Caso das Mangas Explosivas” eu não hesitaria e escolheria o adjectivo “ hilariante.” O livro de estreia do autor paquistanês, Mohammed Hanif, é uma pequena, e bela, surpresa, com uma história divertida, embora num registo bastante ácido e apesar de ter críticas bem negras à sociedade, ainda por cima embrulhadas numa capa muito atractiva. Tudo isto acaba por se tornar num conjunto de condimentos saborosos para não deixar de ler esta obra.

A história gira à volta do assassinato, ou pelo menos julga-se ser um assassinato, do presidente paquistanês Zia ul-Haq, na qual o narrador, Ali Shigri, cadete da Força Aérea e único sobrevivente do acidente, é o único suspeito de estar envolvido numa tremenda manipulação mas que se veio a provar ser mais uma tremenda trapalhada.

Durante o livro, vão-se narrando algumas das peripécias em que Zia ul-Haq está envolvido, desde a altura em que é preso, quase querendo à força que ele assumisse um crime do qual é inocente, passando até pelo um desmantelar de ideias feitas sobre o exército em geral, o paquistanês em particular pois claro, e sobre o que é a vida num país liderado por um ditador que apenas lidera no papel.

O narrador apresenta sempre um registo bastante irónico, com considerações divertidas das quais esperemos sempre um humor, por vezes, até bem negro.

Contar mais sobre o livro seria desvendar demasiado, e estragaria o prazer em descobrir mais esta história, por isso apenas digo que se puderem não hesitem comprar esta obra irresistível.

8/10 - Muito Bom

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