sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Tratado de Psicologia Revolucionária, de Samael Aun Weor

TRECHO:
O Nível do Ser

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Para que vivemos? Por
que vivemos?...

Inquestionavelmente, o pobre "Animal Intelectual", equivocadamente
chamado homem, não só não sabe, como além disso, nem sequer sabe que
não sabe...

O pior de tudo é a situação tão difícil e tão estranha em que nos
encontramos: ignoramos o segredo de todas as nossas tragédias e, no
entanto, estamos convencidos de que sabemos tudo...

Transporte-se um "Mamífero Racional", uma dessas pessoas que na vida se
presume influente, ao centro do deserto do Saara; deixe-se-o ali, longe de
qualquer oásis, e observe-se de uma nave aérea tudo o que acontece...

Os fatos falarão por si mesmos; o "Humanóide Intelectual", ainda que se
presuma de forte e se ache muito homem, no fundo resulta espantosamente
débil...

O "Animal Racional" é cem por cento tolo; pensa o melhor de si mesmo;
acredita que pode desenvolver-se maravilhosamente através do jardim de
infância, manuais de etiqueta social, escolas primárias e secundária,
bacharelato, universidade, do bom prestígio do papai, etc., etc., etc...

Infelizmente, por trás de tantas letras e bons modos, títulos e dinheiro, bem
sabemos que qualquer dor de estômago nos entristece, e que no fundo
continuamos sendo infelizes e miseráveis...

Basta ler a História Universal para saber que somos os mesmos bárbaros de
outrora, e que, em vez de melhorar, nos tornamos piores...

Este século XX, com todos os seus espetáculos de guerras, prostituição,
sodomia em escala mundial, degeneração sexual, drogas, álcool, crueldade
exorbitante, perversidade extrema, monstruosidade, etc., etc., etc., é o
espelho no qual devemos nos olhar. Não existe, pois, razão suficiente para
jactar-nos de haver chegado a uma etapa superior de desenvolvimento...

Pensar que o tempo significa progresso é absurdo; desgraçadamente, os
"ignorantes ilustrados" continuam engarrafados no "Dogma da Evolução"...

Em todas as páginas negras da "Negra História", encontramos sempre as
mesmas horrorosas crueldades, ambições, guerras, etc...

Contudo, nossos contemporâneos "Super-Civilizados" estão convencidos de
que isso de guerra é algo secundário, um acidente passageiro que nada tem
a ver com sua cacarejada "Civilização Moderna".

Certamente o que importa é a maneira de ser de cada pessoa; alguns
sujeitos serão bêbados, outros abstêmios, aqueles honrados e estes
sem-vergonha; de tudo há na vida...

A massa é a soma dos indivíduos; o que é o indivíduo é a massa, é o
governo, etc...

A massa é pois a extensão do indivíduo; não é possível a transformação das
massas, dos povos, se o indivíduo, se cada pessoa, não se transforma...

Ninguém pode negar que existem distintos níveis sociais; há gentes de igreja
e de prostíbulo, de comércio e de campo, etc., etc., etc.

Assim, existem também diferentes Níveis de Ser. O que internamente somos,
esplêndidos ou mesquinhos, generosos ou tacanhos, violentos ou tranquilos,
castos ou luxuriosos, atrai as diversas circunstâncias da vida...

Um luxurioso atrairá sempre cenas, dramas e até tragédias de lascívia, nas
quais se envolverá...

Um bêbado atrairá outros bêbados, e se verá sempre em bares e cantinas,
isso é óbvio.

O que atrairá o usurário? O egoísta? Quantos problemas? Prisões?
Desgraças?

Entretanto, as pessoas amarguradas, cansadas de sofrer, têm ganas de
mudar, passar a página de sua história...

Pobres pessoas! Querem mudar e não sabem como: não conhecem o
procedimento; encontram-se em um beco sem saída...

O que lhes aconteceu ontem lhes acontece hoje e lhes acontecerá amanhã;
repetem sempre os mesmos erros e não aprendem as lições da vida, nem a
pauladas.

Todas as coisas se repetem em sua própria vida; dizem as mesmas coisas,
fazem as mesmas coisas, lamentam as mesmas coisas...

Esta repetição aborrecedora de dramas, comédias e tragédias continuará
enquanto carreguemos em nosso interior os elementos indesejáveis da Ira,
Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça, Gula, etc., etc., etc...

Qual é nosso nível moral? Ou, melhor diríamos: qual é nosso Nível de Ser?

Enquanto o Nível de Ser não mudar radicalmente, continuará a repetição de
todas as nossas misérias, cenas, desgraças e infortúnios...

Todas as coisas, todas as circunstâncias que acontecem fora de nós, no
cenário deste mundo, são exclusivamente o reflexo do que interiormente
levamos.

Com justa razão podemos afirmar solenemente que o "exterior é o reflexo do
interior".

Quando alguém muda interiormente e tal mudança é radical, o exterior, as
circunstâncias, a vida, transformam-se também.

Estive observando recentemente (1974) um grupo de pessoas que invadiu
um terreno alheio. Aqui no México, tais pessoas recebem o curioso
qualificativo de "paraquedistas".

São vizinhos da colônia campestre de Churubusco, estão muito perto de
minha casa, motivo pelo qual pude estudá-los de perto...

Ser pobre jamais será um delito, mas o grave não está nisso, mas em seu
Nível de Ser...

Diariamente lutam entre si, embebedam-se, insultam-se mutuamente,
convertem-se em assassinos de seus próprios companheiros de infortúnio;
vivem certamente em imundos casebres, dentro dos quais em vez do amor
reina o ódio...

Muitas vezes pensei que, se qualquer indivíduo desses eliminasse de seu
interior o ódio, a ira, a luxúria, a embriaguês, a maledicência, a crueldade, o
egoísmo, a calúnia, a inveja, o amor próprio, o orgulho, etc., etc., etc.,
agradaria a outras pessoas e se associaria, por uma simples Lei de
Afinidades Psicológicas, com pessoas mais refinadas, mais espiritualizadas;
essas novas relações seriam definitivas para uma mudança econômica e
social...

Seria esse o sistema que permitiria a tal indivíduo abandonar o "chiqueiro", a
"cloaca" imunda...

Assim, pois, se realmente queremos uma mudança radical, o que devemos
compreender primeiro é que cada um de nós (seja branco ou negro, amarelo
ou vermelho, ignorante ou culto, etc.) está em tal ou qual "Nível do Ser".

Qual é o nosso Nível de Ser? Haveis refletido alguma vez sobre isso? Não
seria possível passar a outro nível, se ignoramos o estado em que nos
encontramos.

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