segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ulisses

Ulisses é, provavelmente, a mais conhecida obra do escritor irlandês James Joyce e é considerada pelos principais críticos uma das mais relevantes obras literárias de todos os tempos.
Em primeiro lugar queremos referir que a edição que tivemos oportunidade de ler é da Difel e que corresponde a uma tradução brasileira da obra, o que desde logo representou um entrave à leitura do livro, face às evidentes diferenças entre edições portuguesas e brasileiras.
Em segundo lugar, não podemos deixar de dizer que efectivamente Ulisses é uma verdadeira epopeia da literatura mundial. Com mais 500 páginas, Joyce transporta-nos a um mundo proto-mitológico de uma enorme abstracção.
O estilo polido e profundamente erudito deste autor tornou-se, ao longo das páginas, conflituoso com o bom acompanhar da narrativa e um estorvo para quem procura encontrar um fio condutor para a estória.
Nunca tínhamos passado tanto tempo de volta de um livro como aconteceu com Ulisses. Nunca, ao longo das suas centenas de páginas, nos conseguimos sentir motivamos pela obra. A evidente sapiência do autor não foi suficiente para nos cativar e este livro foi-se tornando, ao longo das suas páginas, um verdadeiro suplício.
Não queremos com isto por em causa o brilho da obra. Certamente que centenas de críticos ao longo de quase 100 anos não estarão errados, mas não conseguimos atingir o nível de Joyce e Ulisses tornou-se uma obra incompreensível.
Naturalmente, esta não é uma obra que aconselhemos aos nossos leitores. A sua complexidade implica um domínio da literatura clássica (Odisseia de Homero) e uma capacidade de abstracção e concentração ao alcance de poucos.

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