domingo, 1 de junho de 2008

Técnicas para sair do corpo

EXERCÍCIOS PRELIMINARES


Um fato óbvio: a única maneira possível de um indivíduo analisar a verdade do segundo corpo e a existência dentro dele é pela experiência própria.
Logicamente, se isso fosse incumbência fácil, seria hoje lugar-comum. Desconfio que somente uma curiosidade inata permitirá às pessoas vencerem os obstáculos no caminho dessa
conquista. Conquanto existam muitos casos de existência sofridos à parte do corpo físico, eles têm sido, em sua maioria, pelo menos no mundo ocidental, de natureza espontânea e antiga, ocorrendo nos momentos de tensão ou incapacidade física.
Estamos falando de coisa inteiramente diferente, que pode ser investigada objetivamente. O experimentador desejará proceder de maneira a produzir resultados consistentes; talvez não o tempo todo, mas com freqüência bastante para comprovar os indícios, para sua própria satisfação. Acredito que todo mundo pode sentir a existência num segundo corpo, se o desejo for grande ó bastante. Se todo mundo deveria fazê-lo está além da essência do meu julgamento.
As provas me têm levado a crer que a maior parte, senão todos, dos seres humanos abandona seus corpos físicos, de várias formas, durante o sono. Leitura subsequente confirma que essa concepção tem milhares de anos de idade na história do homem. Se ela é uma premissa válida, então o estado em si não é antinatural. Por outro lado, parece que a prática consciente, voluntária, da separação do físico é contrária do padrão, em face dos limitados dados disponíveis.
Efeitos físicos maléficos derivados de tal atividade são indefinidos. Não verifiquei (nem médico nenhum) quaisquer mudanças fisiológicas, boas ou ruins, que possam ser atribuídas diretamente à experiência fora-do-corpo.
Houve, sim, diversas transformações psicológicas que confirmo, e provavelmente muitas mais de que não fiquei a par. No entanto, mesmo meus amigos da profissão psiquiátrica não afirmaram que elas têm sido prejudiciais. Minha revisão gradativa dos conceitos e crenças básicos é visível, em certas atitudes, no decorrer desta obra. Se tais mudanças psicológicas e de personalidade são realmente nocivas, atualmente não há muito que se possa fazer a respeito.
Recomenda-se cautela àqueles interessados em experimentar pois, uma vez aberta, a porta para essa experiência não pode ser fechada. Ou mais exatamente: é o caso típico de "você não pode viver com isso, e você não pode viver sem isso". A atividade e resultante conscientização mostram-se bastante incompatíveis com a ciência, religião e outros aspectos da sociedade em que vivemos. A História está semeada de mártires cujo crime único foi o não conformismo. Quando seus objetivo, e pesquisa se tornam conhecidos por todos, você corre o risco de ser rotulado de louco, charlatão ou pior, e de cair no ostracismo. A despeito disso, alguma coisa extremamente vital estaria faltando se não se continuasse a explorar e investigar. Nos incontáveis períodos de "baixa", quando não consegue produzir os fenômenos, não importa quão cuidadosamente tente, você percebe isso profundamente. Tem forte sensação de estar sendo deixado por fora das coisas, do encerramento de uma fonte de grande significado para a vida.
Eis a melhor descrição escrita que posso oferecer da técnica da elaboração da experiência não física.

A BARREIRA DO MEDO
Existe um imenso obstáculo à investigação do segundo corpo e do meio-ambiente no qual ele opera. Talvez seja o único obstáculo significativo. Está presente em todas as pessoas, sem exceção. Pode estar escondido por camadas de inibição e condicionamento, mas quando elas são arrancadas, o obstáculo permanece. É a barreira do medo cego, irracional. Ao receber simplesmente pequenos ímpetos, transforma-se em pânico, e depois em terror. Se você ultrapassa conscientemente a barreira do medo, terá vencido um marco importante na sua investigação.
Estou razoavelmente seguro de que essa barreira é ultrapassada inconscientemente por muitos de nós toda noite. Quando essa parte de nós além da consciência tem o domínio das coisas, ela
não é inibida pelo medo, embora pareça sofrer influência do pensamento e ação da mente consciente. Parece estar acostumada a operar além da barreira do temor, e compreende melhor as normas de existência desse outro mundo. Quando a mente consciente se aquieta para dormir, essa supermente ama?) assume o controle.
O processo investigador relativo ao segundo corpo e seu meio-ambiente parece ser fusão ou mistura do consciente com essa supermente. Se isso é verdade, a barreira do medo é superada.
Tal barreira é multifacetada. O mais temerário dentre nós acredita que ela não existe até, muito para nossa surpresa, a encontrarmos dentro de nós mesmos. Primeiro e principalmente há medo da morte. Devido à separação do corpo físico ser muito parecida com o que se encara como morte, são automáticas as reações imediatas à experiência. Você pensa: "volte pro físico, depressa! Você está morrendo! A vida é lá no físico! Volte rápido!"
Tais reações aparecem, a despeito de qualquer treinamento intelectual ou emocional. Somente ap6s repetir o processo dezoito ou vinte vezes é que finalmente reuni coragem suficiente (e curiosidade) para permanecer fora mais que alguns segundos, para observar objetivamente. O medo da morte foi limitado, ou amenizado, por me ser familiar. Outros que têm praticado essa
técnica interrompem tudo após a primeira ou segunda experiência, incapazes de suprimir o primeiro aspecto da barreira.
O segundo aspecto dela também é ligado ao medo da morte: será que conseguirei retornar ao físico ou voltar para "dentro dele sem diretrizes ou instruções específicas isso persistiu como meu primeiro medo durante vários anos, até que descobri uma resposta simples que fez a coisa funcionar toda vez. O meu caso foi uma questão de racionalização. Eu estivera "fora" várias centenas de vezes, e os indícios mostravam que eu conseguia regressar com segurança, de um modo ou de outro. Portanto a probabilidade era a de que eu retorna ileso também na próxima vez.
O terceiro medo básico era o do desconhecido, As regras e perigos do nosso ambiente físico podem ser numerados em grau razoável. Passamos a vida inteira elaborando reflexos que os combatam. Agora, subitamente, surge mais outro conjunto de normas completamente diverso; outro mundo de possibilidades inteiramente diferentes, habitado por seres que parecem conhecê-las todas. Não se tem um regulamento, nem mapa de estradas, nem livro de etiqueta, nem cursos apropriados de física e química, nem autoridade incontestável a quem se possa apelar para conselhos e respostas. Muitos missionários foram mortos em regiões remotas, sob tais condições!
Devo confessar que esse terceiro medo ainda aflora, e com razão O desconhecido continua assim em grande parte. Penetração como eu fiz levantou lamentavelmente poucos critérios inalteráveis e consistentes. Só posso dizer que até hoje sobrevivi a essas expedições. Há muita coisa que não entendo, porque está além da minha capacidade de compreensão.
Outro medo são os efeitos conseqüentes no corpo físico, bem como na mente consciente, da participação e experimentação dessa forma de atividade. Isso também é muito real, já que nossa história, pelo menos que eu saiba, parece não conter registros precisos sobra essa área. Temos estudos de paranóia, esquizofrenia, fobias, epilepsia, alcoolismo, doença do sono, acne, doenças virulentas etc., mas nenhum conjunto de dados objetivos sobre a patologia do segundo corpo.
Não sei como enganar a barreira do medo, a não ser por cautelosos passos iniciais que criem conhecimento íntimo, pouco a pouco, à medida que você avança. Espero que esta obra, no seu todo, vá fornecer um "passo" psico1ógico para transpor a barreira. Talvez ajude no reconhecimento de estados e padrões que são familiares a pelo menos uma pessoa que teve experiências semelhantes e sobreviveu.


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