quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quantas estrelas tem o céu?

Titulo: Quantas estrelas tem o céu?
Autor: Giulia Carcasi
Tradução: Madalena Guerra
Edição: Ed. Presença
Nº de páginas: 340 (196+144)

"Alice e Carlo, os protagonistas deste romance, são dois jovens de dezoito anos a terminar o secundário. Sonhadores, rebeldes e vulneráveis, vivem intensamente o turbilhão de experiências e emoções que agita os seus dias e a entrada num mundo adulto que ainda compreendem mal. Um romance contado a duas vozes, de Alice e de Carlo, duas perspectivas distintas que se complementam, duas histórias que se reflectem uma na outra e se encontram na descoberta e no desejo de um amor verdadeiro e profundo. Um olhar lúcido e real sobre a vida de dois jovens adolescentes, temperado com a dose certa de romantismo."

Ler este romance, que saiu para as nossas livrarias em Agosto, foi como voltar de novo à escola secundária. Regressar de novo a um tempo em que tudo é grande e intenso, qualquer pequena zanga, qualquer paixoneta ganha ali dimensões apocalípticas e nós sempre preocupados, sempre querendo viver tudo ao mesmo tempo;voltei a uma época em que não pensamos, não vivemos, simplesmente "adolescemos"...

Alice e Carlo contam-nos em primeira mão todo o seu percurso pelo 12º ano até à entrada na faculdade. Acompanhamo-los nesta viagem repleta de amores frustrados, de desejo de experimentar, de necessidade de aceitação, de problemas com os pais entre outras coisas tão típicas desta fase da vida que nos molda e nos torna naquilo que seremos mais tarde.

A escrita é simples como se espera de uma narrativa na primeira pessoa, ao estilo "diário" e pontuada com pensamentos com os quais me identifiquei bastante (revendo aquilo que fui e pensava) principalmente em relação à Alice. O humor e os episódios que nos fazem rir povoam toda a narrativa, tornando-a leve e bem disposta até nos momentos que parecem mais penosos para os personagens. Um aspecto que me agradou bastante nesta edição, não sei se aconteceu o mesmo com a edição italiana, foi o facto de o livro estar dividido em duas partes podendo ser lido como dois livros em separado - até o sentido de ambos está invertido, isto é, o livro de Carlo está "de pernas para o ar" em relação ao de Alice - até as capas são diferentes.

Recomendo a quem tenha filhos adolescentes (talvez os compreendam melhor), aos próprios adolescentes (para que vejam que "adolescer" é igual em praticamente todo o mundo e as coisas não lhes acontecem só a eles). Desaconselho a quem não gosta de livros virados para um público mais adolescente e/ou com uma linguagem marcadamente jovem.
6/10

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