domingo, 8 de junho de 2008

Sociedade Espiritualista Mata Virgem - Curso de Umbanda: OS ORIXÁS

UM POUCO DE HISTÓRIA:
Na aurora de sua civilização, o povo africano mais tarde conhecido pelo nome de iorubá,
chamado de nagô no Brasil e lucumi em Cuba, acreditava que forças sobrenaturais impessoais,
espíritos, ou entidades estavam presentes ou corporificados em objetos e forças da natureza.
Tementes dos perigos da natureza que punham em risco constante a vida humana, perigos que
eles não podiam controlar, esses antigos africanos ofereciam sacrifícios para aplacar a fúria dessas
forças, doando sua própria comida como tributo que selava um pacto de submissão e proteção e
que sedimenta as relações de lealdade e filiação entre os homens e os espíritos da natureza.
Muitos desses espíritos da natureza passaram a ser cultuados como divindades, mais tarde
designadas orixás, detentoras do poder de governar aspectos do mundo natural, como o trovão, o
raio e a fertilidade da terra, enquanto outros foram cultuados como guardiões de montanhas,
cursos d'água, árvores e florestas. Cada rio, assim, tinha seu espírito próprio, com o qual se
confundia, construindo-se em suas margens os locais de adoração, nada mais que o sítio onde
eram deixadas as oferendas. Um rio pode correr calmamente pelas planícies ou precipita-se em
quedas e corredeiras, oferecer calma travessia a vau, mas também mostra-se pleno de traiçoeiras
armadilhas, ser uma benfazeja fonte de alimentação piscosa, mas igualmente afogar em suas
águas os que nelas se banham. Esses atributos do rio, que o torna ao mesmo tempo provedor e
destruidor, passaram a ser também o de sua divindade guardiã. Como cada rio é diferente, seu
espírito, sua alma, também tem características específicas. Muitos dos espíritos dos rios são
homenageados até hoje, tanto na África, em território iorubá, como nas Américas, para onde o
culto foi trazido pelos negros durante a escravidão e num curto período após a abolição, embora
tenham, com o passar do tempo, se tornado independentes de sua base original na natureza.
O contato entre os povos africanos, tanto em razão de intercâmbio comercial como por
causa das guerras e domínio de uns sobre outros, propiciou a incorporação pelos iorubás de
divindades de povos vizinhos, como os voduns dos povos fons, chamados jejes no Brasil, entre os
quais se destaca Nanã, antiga divindade da terra, e Oxumarê, divindade do arco-íris. O deus da
peste, que recebe os nomes de Omulu, Olu Odo, Obaluaê, Ainon, Sakpatá e Xamponã ou Xapanã,
resultou da fusão da devoção a inúmeros deuses cultuados em territórios iorubá, fon e nupe. As
transformações sofridas pelo deus da varíola, até sua incorporação ao panteão contemporâneo dos
orixás, mostra a importância das migrações e das guerras de dominação na vida desses povos
africanos e seu papel na constituição de cultos e conformação de divindades.
Dentro da cultura do Candomblé, o Orixá é considerado a existência de uma “vida passada na
Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram
ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana. Essa teria sido uma época muito distante na qual
o ser humano necessitava da presença física dos Orixás, pois o ser humano ainda se encontrava em um
estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.
Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e
representatividade nas forças da natureza.

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