domingo, 16 de novembro de 2008

Pequenos poetas: balanço das alterações

Percebi que a melhor maneira de centrar as crianças na palavra era começar por lhes ler um poema que falasse de palavras. Agora, inicio o atelier com a leitura do «Limpa-Palavras» (Álvaro de Magalhães) que consta na antologia Conto estrelas em ti (Campo das Letras), que uso como fonte literária. Desafio os alunos a ouvirem o poema com atenção para que possam depois sugerir títulos. Só depois das sugestões anuncio o título verdadeiro. Tem acontecido alguns alunos acertarem.
Com este exercício as crianças já estão a relacionar sentidos, criando sínteses, explorando definições e metáforas. Então, a construção da casa de palavras tem mais ritmo e alberga palavras mais variadas.
Finalmente enveredamos pela exploração da rima. Aqui ainda não tenho uma estratégia única. Posso ler-lhes o poema «Os meninos educados» (Luísa Ducla Soares) e em seguida registar as rimas do poema, para que o grupo lhes dê continuidade. Posso pedir-lhes apenas que digam rimas. Posso ainda dar-lhes um exercício de correspondência entre o poema e as rimas, no caso de estar a trabalhar com um 3º ou 4º ano. Quando listamos rimas, em seguida partimos para a criação de um poema, ou de frases, de acordo com o nível dos alunos.
Com esta estrutura, sinto que os alunos produzem mais e melhor. Continuo a constatar que a leitura em voz alta os motiva e silencia, mesmo os alunos mais novos, de 1º ano, cuja concentração é muito diminuta. As crianças adoram ouvir ler, e deveriam poder fazê-lo com muita frequência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário