domingo, 11 de janeiro de 2009

AR

Sinopse: Chung Mae é a única ligação entre os seus vizinhos e a cultura de um mundo mais abrangente, que vai para além dos campos de cultivo e das casas simples da sua aldeia. Uma nova tecnologia de comunicação, que promete colocar toda a gente em contacto, em qualquer lugar, sem precisar de linhas eléctricas, computadores ou máquinas, está a invadir o mundo. Esta tecnologia é o Ar. O teste inicial do Ar corre terrivelmente mal e algumas pessoas morrem devido ao choque. Imparável, o Ar chegará com ou sem a aceitação da aldeia de Mae. Ela é a única que sabe como o dominar e como preparar a população para a sua chegada. Mas será que lhe vão dar ouvidos? Ou será tarde demais?

A leitura de "Ar", de Geoff Ryman, deveu-se ao facto de a Gailivro ter aberto um blog dedicado ao livro, no qual existe a possibilidade de pedir uma cópia do mesmo para leitura e publicação de opinião. Desde já fica o meu agradecimento pela cópia enviada e pelo pioneirismo da iniciativa.

A ficção científica não é género que leia normalmente e por isso encarei esta leitura como uma variação saudável nos livros que costumo ler, e estava de certo modo entusiasmada com algumas críticas positivas que tinha lido na Internet.

Todos os livros são únicos e imutáveis: o que faz com que se tornem bons ou maus é quem os lê - daí que possam haver opiniões tão díspares em relação a um mesmo livro. Mas não só: o timing também é bastante importante. E o timing que escolhi para ler este livro não foi o melhor. Por entre as festas de final de ano e uma mudança de casa demorei 9 dias a terminá-lo (sim, para mim é muito!). De cada vez que lhe pegava, lia poucas páginas... Não é um page-turner e necessita de alguma concentração, coisa que não tive em abundância. Senti-me sempre uma mera espectadora do que estava a ler... Nunca me consegui concentrar o suficiente para "entrar" na história ou ligar-me às personagens, e foi com satisfação e algum esforço que cheguei à última página.

Mas não posso atribuir todo o meu desencanto com este livro a factores externos. É cativante e interessante a espaços, mas várias vezes achei que tinha demasiada "palha" ou acontecimentos inconsequentes, que em nada contribuíam para o avançar da história. Depois, esperava outra coisa, tendo em conta que este livro está catalogado no género de Ficção Científica... Esperava mais enfoque na explicação do funcionamento do AR e na descrição deste mundo fictício, situado temporalmente em 2020, e menos nas relações humanas (apesar de admitir a sua importância na dinâmica da história).

Algo de que gostei foi o facto de me ter feito pensar no avanço da tecnologia e de onde este nos pode levar. A perspectiva apresentada neste livro é não raras vezes assustadora, mas igualmente cativante quando pensamos nas maravilhas que os avanços tecnológicos podem proporcionar, se devidamente utilizados.

Pessoalmente, não posso considerar que tenha sido uma boa leitura, pelos aspectos que mencionei. Contudo, consigo perceber os motivos que levam a que haja tanta gente a ter este livro em alta conta. Para mim, simplesmente, não funcionou.

5/10 (Razoável)

[Livro n.º 1 do meu Desafio de Leitura]


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