quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Biblioteca em construção: e se mudássemos qualquer coisa?

Hoje voltei à BE/CRE da EB 2/3 Conceição e Silva, em Almada. Estava expectante para ver como corria o Biblioteca em construção com uma turma do 7º ano. Correu mal. A turma, pelo que me disse a professora, é um bocadinho agitada, mas o seu comportamento ultrapassou em muito o que normalmente acontece em sala de aula. Haverá razões, claro. Uma delas, a necessidade de mostrarem o seu poder sobre os pares, num ambiente mais descontraído. A outra, o preconceito associado à leitura e a actividades com ela relacionadas. Mas, seja como for, não consegui motivá-los o suficiente. Nem no que respeita a escolha dos livros, nem na criação da sua própria biblioteca. Imagino que a acção seja demasiado infantil. Agora, passadas várias horas, penso que um desafio mais à sua medida seria escolherem livros uns para os outros. Assim: o grupo A tinha como tarefa escolher um livro apropriado a cada elemento do grupo B, que por sua vez escolheria para o grupo C, e por aí fora. Aí talvez funcionasse... Mas só agora me ocorreu esta ideia. É claro que os insucessos nos fazem reflectir mais que os sucessos. Fazem com que não nos resignemos a uma fórmula garantida, fazem com que observemos com mais atenção os comportamentos dos diversos públicos que vamos conhecendo. Em princípio, voltarei à escola lá para o final do mês. Desta vez, vou encarar uma turma do 9º ano. Talvez leve esta ideia avante. O desafio é entre pares, e cada grupo terá de apresentar as suas razões para as escolhas. Talvez assim procurem com mais atenção. E, eventualmente, ler-lhes-ei um texto do Gonçalo M. Tavares, do livro O Sr. Juarroz. Talvez faça um pequeno exercício de escrita criativa, ou um brainstorming sobre assuntos que lhes interessem, antes de iniciarem a escolha... Acho que vou experimentar. Talvez funcione melhor.

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