segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A Sombra da Águia

Autor: Arturo Pérez-Reverte
Título Original: La Sombra del Águila
Editor: Porto Editora
Páginas: 120
ISBN: 9789720045157
Tradutor: Helena Pitta

Sinopse
A Sombra da Águia, que Arturo Pérez-Reverte publicou em 1993 nas páginas do El País sob a forma de folhetim, e que se encontrava até hoje inédita em Portugal, é, na sua aparente simplicidade, uma das obras que melhor espelha o virtuosismo literário do seu autor, o seu sentido de humor e a sua fidelidade aos grandes temas do ser humano, como a guerra, o heroísmo anónimo e a noção de Pátria.
A história é baseada num acontecimento real: em 1812, durante a Campanha da Rússia, num combate adverso para as tropas napoleónicas, um batalhão de antigos prisioneiros espanhóis, alistados à força no exército francês, tenta desertar, passando-se para os russos. Interpretando erroneamente o movimento, o Imperador encara-o como um acto de heroísmo e envia em seu auxílio uma carga de cavalaria que terá consequências imprevisíveis.
Ao mesmo tempo divertido e trágico, A Sombra da Águia revela-nos uma visão mordaz e descarnada da guerra e da condição humana. Uma pequena pérola com a assinatura do mais importante escritor espanhol da actualidade.

Opinião
A Sombra da Águia é um pequeno livro, que foi originalmente publicado em forma de folhetim (ou seja, por partes) no jornal El País em 1993, sendo a história posteriormente transformada em livro, que agora é publicado pela primeira vez em Portugal (está disponível nas livrarias a partir de 20 de Agosto). Neste livro, assistimos a um acontecimento decorrido aquando da invasão da Rússia pelas tropas de Napoleão, em 1812, quando uma companhia de soldados espanhóis, anteriormente resgatados da prisão na Dinamarca, marcha em direcção às tropas russas com o objectivo de desertar e se passarem para o lado do "inimigo". Contudo, Napoleão e os seus generais observam a aparente manobra arriscada e encaram-na como um acto de heroísmo inusitado que necessita da ajuda urgente da cavalaria.

Nunca tinha lido nada deste autor (tenho na pilha "O Cemitério dos Barcos Sem Nome"), mas fiquei muito bem impressionada. Adorei o tom humorístico com que ele conta este episódio, nunca perdendo de vista a história que pretende contar e a mensagem que quer transmitir. Acaba por ser uma homenagem ao soldado anónimo, que tão frequentemente na nossa história foi esquecido em detrimento dos nomes mais sonantes. É, também, um relato da crueldade da guerra, sempre filtrada com o toque humorístico de que falei anteriormente.

Nota final para a excelente tradução de Helena Pitta que, na minha opinião, conseguiu transpor brilhantemente este texto para a nossa língua. Apesar de não conhecer o texto original, dá para "sentir" que a tradução manteve o seu espírito.

8/10 - Muito Bom

[Livro n.º 72 do meu Desafio de Leitura]

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