Por ocasião da morte da mãe, Laurentina, prosaica mulher portuguesa, descobre que aqueles que a criaram não são os seus verdadeiros pais e que é filha de um famoso músico angolano chamado Faustino Manso.
Empreende então uma viagem a Angola acabando por chegar precisamente no dia do funeral de Faustino.
Realizadora de cinema, Laurentina resolve abraçar a sugestão de um dos seus sobrinhos e dá início a um périplo por todos os locais por onde passou Faustino Manso a fim de realizar um documentário sobre o músico.
Saindo de Luanda até Benguela, Namíbe, África do Sul, Maputo, Quilimane e Ilha de Moçambique, Laurentina traça um roteiro que lhe permitirá reconstruir a história do seu pai e, sobretudo, as paisagens e culturas tão diferentes.
E é aqui que o livro resplandece beleza.
As diversas culturas entrelaçam-se nas várias personagens que surgem. A narração poética de Agualusa consegue-nos transmitir o exótico daqueles países, faz-nos ter vontade de conhecer aqueles personagens e realizar-mos, nós próprios, essa espécie de road-movie que Laurentina efectua.
No entanto, nem tudo o que parece é, e Laurentina descobre factos muitos interessantes sobre Faustino.
Gostei imenso do livro.
As descrições de Agualusa sobre essas culturas transmitem alegria e naturalidade. A expressão das relações promiscuas, que é ancestral, está bem vincada e achei curioso a forma como Agualusa contrapõe ou, diria, equivale ao comportamento verificado hoje em dia por grande parte dos jovens portugueses. Não será esse comportamento importando a essas gentes africanas e à sua cultura, tão diferente da portuguesa? Até porque Laurentina representa uma faixa, minoritária é certo, de jovens portugueses: Nascida em Portugal, mas com fortes laços culturais com essa África.
Quanto à escrita de Agualusa, é poética, descreve na perfeição sítios e lugares, transmitindo várias das chagas que abundam em África (e não só) e a alegria e despreocupação em que vivem os autóctones daquelas regiões. Não é tão corrosivo como outro célebre autor angolano, mas deixa entender, embora ao de leve, crítica sociais ao pós independência como também ao papel dos colonos portugueses.
Interessante a leve referência ao aparthaide, assunto que talvez merecesse uma abordagem mais ampla, mas não no contexto deste livro.
Empreende então uma viagem a Angola acabando por chegar precisamente no dia do funeral de Faustino.
Realizadora de cinema, Laurentina resolve abraçar a sugestão de um dos seus sobrinhos e dá início a um périplo por todos os locais por onde passou Faustino Manso a fim de realizar um documentário sobre o músico.
Saindo de Luanda até Benguela, Namíbe, África do Sul, Maputo, Quilimane e Ilha de Moçambique, Laurentina traça um roteiro que lhe permitirá reconstruir a história do seu pai e, sobretudo, as paisagens e culturas tão diferentes.
E é aqui que o livro resplandece beleza.
As diversas culturas entrelaçam-se nas várias personagens que surgem. A narração poética de Agualusa consegue-nos transmitir o exótico daqueles países, faz-nos ter vontade de conhecer aqueles personagens e realizar-mos, nós próprios, essa espécie de road-movie que Laurentina efectua.
No entanto, nem tudo o que parece é, e Laurentina descobre factos muitos interessantes sobre Faustino.
Gostei imenso do livro.
As descrições de Agualusa sobre essas culturas transmitem alegria e naturalidade. A expressão das relações promiscuas, que é ancestral, está bem vincada e achei curioso a forma como Agualusa contrapõe ou, diria, equivale ao comportamento verificado hoje em dia por grande parte dos jovens portugueses. Não será esse comportamento importando a essas gentes africanas e à sua cultura, tão diferente da portuguesa? Até porque Laurentina representa uma faixa, minoritária é certo, de jovens portugueses: Nascida em Portugal, mas com fortes laços culturais com essa África.
Quanto à escrita de Agualusa, é poética, descreve na perfeição sítios e lugares, transmitindo várias das chagas que abundam em África (e não só) e a alegria e despreocupação em que vivem os autóctones daquelas regiões. Não é tão corrosivo como outro célebre autor angolano, mas deixa entender, embora ao de leve, crítica sociais ao pós independência como também ao papel dos colonos portugueses.
Interessante a leve referência ao aparthaide, assunto que talvez merecesse uma abordagem mais ampla, mas não no contexto deste livro.
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