sábado, 26 de abril de 2008
Dominique Lapierre - A Cidade da Alegria
Título: A CIDADE DA ALEGRIA
Autor: Dominique Lapierre
Gênero: Romance
Editora: Círculo de Leitores
O autor deste livro, Dominique Lapierre, um escritor e jornalista francês apaixonado pela Índia, faz-nos um retrato do dia-a-dia da Calcutá dos anos 60 através deste romance baseado em depoimentos verídicos. Foi por esta época que em sucessivos anos monções devastadoras assolaram o território de Bengala provocando um êxodo rural de milhões de pessoas. No meio da pestilência, da doença, da fome, da carência e sob condições climáticas e atmosféricas insuportáveis, refugiados de todo o nordeste da Índia acumulavam-se na zona mais densamente povoada do planeta, Anand Nagar, a cidade da alegria. Este bairro de lata isolado no meio de Calcutá, contava com mais de 70.000 habitantes num espaço pouco maior que três campos de futebol, estrategicamente distribuídos consoante os diferentes credos, numa taxa de densidade populacional calculada em 200.000 pessoas por Km2. Por toda Calcutá dormiam na rua ainda cerca de 300.000 pessoas, famílias inteiras afetadas por desemprego crónico e salários dos mais baixos do mundo. Mas no meio de todo este caos encontrava-se um verdadeiro tesouro, a pobreza extrema levara os habitantes desta cidade a desenvolverem um espírito de partilha e solidariedade inimaginável em qualquer parte do ocidente. Uma atitude desapaixonada de entrega ao próximo mantinha a sobrevivência deste bairro, onde cada pessoa refletia um olhar intemporal e tranquilo, nunca expressando queixume nem ansiedade. Inúmeras questões podem ser exploradas neste livro, principalmente acerca da pobreza e da degradação ambiental, mas a grande conclusão reside no facto de que para resolver os problemas do mundo e sentirmo-nos melhor com ele todos teremos de transformar os nossos comportamentos, e participar desta entrega desapaixonada. Uma das personagens do livro é Stephan Kovalsky, um jovem padre polaco-francês que sentiu que a sua missão teria de ser a comunhão com os mais miseráveis, vivendo o seu drama, vencendo medos e limitações, e assim chegar a uma mais profunda compreensão do espírito.
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