Editor: Coimbra (edição de autor)
Páginas: 134
ISBN: 972-20-1532-X
Sinopse: Publicado em 1940, Bichos é o primeiro livro de contos de Miguel Torga, um dos mais originais da literatura portuguesa no género, de tal modo que se afirmou como o maior êxito literário do autor e como um dos clássicos da nossa literatura. Esta obra é um testemunho singular da união natural entre homens e bichos - animais com um sentir humano que se igualam ao homem na mesma luta pela sobrevivência, e seres humanos que se transfiguram em animais. Ao mesmo tempo, é um retrato fiel do rude viver transmontano e da fusão entre homem e terra. O cão Nero, o galo Tenório, o Morgado, o Ladino, o Ramiro e a Madalena reportam-nos a uma vida em total comunhão com a natureza, com todas as alegrias e agruras que isso implica.
Como já confessei num outro post, ando, aos poucos, a descobrir a história da literatura portuguesa. Tenho a convicção que só conhecendo o passado de uma coisa, é que podemos compreender melhor o presente, e para compreender um pouco mais do país onde vivo, a literatura é um veículo privilegiado da cultura e das suas tradições dos meus antepassados.
Dos autores portugueses mais conceituados, penso que me faltará conhecer mais a fundo Agustina Bessa Luís (a autora que mais curiosidade tenho em ler, pelos temas que trata nos seus romances, pela sua escrita, que me dizem ser, bela, e até pelas descrições do local do país que mais gosto: da belíssima região portuguesa do Douro), e talvez Aquilino Ribeiro, entre um ou outro nome que me falta de momento, e muitos nomes na poesia, mas já conheço a maior parte dos nomes que fizeram de Portugal um país onde a literatura é, tradicionalmente, rica.
Relativamente a Miguel Torga, aproveitando até uma fase com menos tempo disponível para ler, por questões profissionais, preferi começar por conhecer a sua obra pelo seu livro de contos mais famoso “ Bichos”.
Miguel Torga é dono duma escrita maravilhosa, repleta de momentos belos e cujo prazer é imenso em estar absorvido nela. As suas palavras parecem estar sempre no sítio certo, dando uma intensidade luminosa aos mundos que ele nos convida a visitar.
A sua “ruralidade”, aquele “cheiro” a terra, a Portugal, em tudo aquilo que escreve atrai-me imenso, e, mesmo neste livro de contos onde cria outros mundos e outros lugares, onde as personagens principais são animais, mostra que é um autor com uma escrita bem arquitectada própria das suas origens rurais.
Por vezes, questiono-me naquilo que mais me atrai num livro, se é na originalidade da história se na escrita desenvolvida pelo autor, e cada vez mais tenho a certeza que prefiro muito mais uma história bem escrita, mesmo até nem sendo original, mas em que o leitor retira prazer na sua leitura, parecendo embalado pelas suas palavras.
Neste livro de contos, Miguel Torga, cria pequenas histórias à volta de vários animais, cria uma Arca de Noé à sua maneira, levando-nos numa viagem ao que de melhor se escreve em português. Um obra, acima de tudo, intemporal, criada em 1940, mas cujo prazer de ler é eterno, passando muitas gerações sem perder qualidade. Um autor para descobrir ainda mais a sua obra.
10/10 - Obra-prima
Como já confessei num outro post, ando, aos poucos, a descobrir a história da literatura portuguesa. Tenho a convicção que só conhecendo o passado de uma coisa, é que podemos compreender melhor o presente, e para compreender um pouco mais do país onde vivo, a literatura é um veículo privilegiado da cultura e das suas tradições dos meus antepassados.
Dos autores portugueses mais conceituados, penso que me faltará conhecer mais a fundo Agustina Bessa Luís (a autora que mais curiosidade tenho em ler, pelos temas que trata nos seus romances, pela sua escrita, que me dizem ser, bela, e até pelas descrições do local do país que mais gosto: da belíssima região portuguesa do Douro), e talvez Aquilino Ribeiro, entre um ou outro nome que me falta de momento, e muitos nomes na poesia, mas já conheço a maior parte dos nomes que fizeram de Portugal um país onde a literatura é, tradicionalmente, rica.
Relativamente a Miguel Torga, aproveitando até uma fase com menos tempo disponível para ler, por questões profissionais, preferi começar por conhecer a sua obra pelo seu livro de contos mais famoso “ Bichos”.
Miguel Torga é dono duma escrita maravilhosa, repleta de momentos belos e cujo prazer é imenso em estar absorvido nela. As suas palavras parecem estar sempre no sítio certo, dando uma intensidade luminosa aos mundos que ele nos convida a visitar.
A sua “ruralidade”, aquele “cheiro” a terra, a Portugal, em tudo aquilo que escreve atrai-me imenso, e, mesmo neste livro de contos onde cria outros mundos e outros lugares, onde as personagens principais são animais, mostra que é um autor com uma escrita bem arquitectada própria das suas origens rurais.
Por vezes, questiono-me naquilo que mais me atrai num livro, se é na originalidade da história se na escrita desenvolvida pelo autor, e cada vez mais tenho a certeza que prefiro muito mais uma história bem escrita, mesmo até nem sendo original, mas em que o leitor retira prazer na sua leitura, parecendo embalado pelas suas palavras.
Neste livro de contos, Miguel Torga, cria pequenas histórias à volta de vários animais, cria uma Arca de Noé à sua maneira, levando-nos numa viagem ao que de melhor se escreve em português. Um obra, acima de tudo, intemporal, criada em 1940, mas cujo prazer de ler é eterno, passando muitas gerações sem perder qualidade. Um autor para descobrir ainda mais a sua obra.
10/10 - Obra-prima
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