Autor: Anne Bishop
Editora: Saída de Emergência
Tradução: Cristina Correia
Nº de páginas: 380
"Bem-vindos a Efémera, onde a terra se altera em resposta aos mais profundos desejos e medos dos seus habitantes. Há muito tempo, Efémera foi dividida em inúmeras paisagens mágicas ligadas somente por pontes. Pontes que podem levar quem as atravessa para onde realmente pertence e não ao local onde pretende chegar. Numa dessas paisagens habitada por demónios e onde a noite impera, o meio-íncubo Sebastian delicia-se em prazeres obscuros. Contudo, aguarda-o um destino devastador. Uma aprendiza descuidada libertou um mal antigo que agora se agita - e o reino de Sebastian poderá ser o primeiro a sucumbir... Mas em sonhos, ela chama por ele: uma mulher que não deseja mais do que ser amada e sentir-se protegida - uma mulher pela qual ele anseia mas que sabe poder vir a destruí-la. Ela é Lynnea, e o seu improvável romance está no centro da batalha que se trava entre a luz e as trevas."
Depois de me terem falado imenso desta autora e de me terem deixado com vontade de me aventurar nos seus mundos não resisti a comprar este volume na Feira do Livro de Lisboa (já lá vai um tempo mas uma pessoa não pode fazer tudo de uma vez...). Não sabia muito bem o que esperar dos mundos criados por Anne Bishop e talvez por isso tenha tido uma grande surpresa com Efémera - um mundo completamente estranho e diferente mas criado de uma forma tão simples e descrito de um modo tão compreensível que ganha uma áurea de realismo surpreendente.
A história em si cativou-me bastante e a lição que está por trás desta narrativa é algo em que todos devíamos pensar - todos temos o nosso lugar no mundo e antes de condenar alguém devíamos tentar compreender as suas motivações e não nos deixarmos levar à partida por preconceitos ou por ideias alheias. Curiosamente, todos os personagens sem excepção sofrem de algum modo com o preconceito porque a sua essência ou as suas acções foram mal interpretadas e julgadas. Mas há sempre um lugar que corresponde ao que nos vai no coração, há sempre um lugar à medida de cada um, por isso as paisagens com que nos deparamos podem ser o completo antagonismo umas das outras não deixando, no entanto, de nos encantar com a forma como se adequam perfeitamente à natureza daqueles que as habitam.
Do leque de habitantes de Efémera que nos é dado a conhecer neste volume, os que mais me cativaram foram Glorianna Belladonna e o Provocador que me conseguiu roubar bastantes gargalhadas nas alturas mais inesperadas. Surpreendeu-me a malvadez sem fim do Devorador do Mundo e das suas criaturas, principalmente os Adoradores de Ossos, não esperava um vilão tão sem escrúpulos e cujo sentimento de vingança o impede de qualquer sentimento que se assemelhe (ainda que remotamente) ao remorso. Fiquei curiosa relativamente a alguns personagens que apenas conhecemos de forma superficial e a algumas situações que pertencem ao passado dos mesmos. Espero que estes pormenores nos sejam revelados no próximo volume...
7/10
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