domingo, 2 de dezembro de 2007

Discursos de Sathya Sai Baba - 25/12/2003 - VOCÊS SÃO O PRÓPRIO DEUS

Por causa do jovem Prahlada1
Pelo desesperado rei dos elefantes
Pelo menino Dhruva, firme em sua devoção
Pelo indigente Kuchela, rico em descendência e pobre de recursos
Vishnu, de olhos de lótus, exaltado nos Vedas,
Eternamente compassivo, generoso na concessão de bênçãos
Reunindo tudo isso, o Senhor dos Senhores está encarnado agora
A personificação do amor, da compaixão, de tudo que foi relacionado acima
E mais ainda.
Poema em Télugo

Personificações do Amor Divino!
Onde está Deus? Quando é que Ele encarna? Onde Ele encarna? Essas são as questões que
preocupam a mente das pessoas atualmente. Deus é onipresente. Todos são encarnações de Deus.
Hoje em dia, as pessoas atribuem vários nomes e formas a Deus, como Rama, Krishna e Jesus,
celebrando seus aniversários. Para falar a verdade, pode haver uma data de nascimento para Deus?
Não. Pensar que Deus nasceu em um certo dia do ano é sinal de ignorância. Deus existe na forma de
respiração, em todos os homens. “Soham2”: isto simboliza o processo de inalação e exalação. “So”
significa “Aquilo” (Deus) e “Ham” significa “Eu” (o indivíduo). Embora haja duas palavras: Deus e
indivíduo, não há diferença entre eles; são um só e o mesmo. Deus, na verdade, não tem nascimento.
Ele não precisa atingir nenhuma meta. No entanto, para infundir fé nas mentes das pessoas, Ele
encarna. Se há nascimento, terá que haver morte, também. Mas, Deus está além do nascimento e da
morte. Ele não tem começo nem fim. Pensar que há uma data de nascimento para Deus é coisa da sua
imaginação. Os devotos limitam Deus a uma forma física, adoram-No e celebram Seus Aniversários.
Tudo isto é produto da imaginação deles e não corresponde à verdade.
Todo dia, muitos nascem e muitos morrem neste mundo. O que significa nascer e morrer? Assumir um
corpo é nascer e descartar esse corpo é morrer. É devido à ilusão que o homem experimenta as
dualidades do nascimento e da morte, enquanto que Deus transcende ambos. Com mãos, pés, olhos,
cabeças, bocas e ouvidos permeando tudo, Ele está presente no Universo inteiro. O homem se prende
ao ciclo de nascimentos e mortes por causa da ignorância. Nascimento e morte são produtos da Vontade
de Deus.
Deus é a própria personificação do amor. Ele está presente em todos os seres na forma do alento vital.
Desde a Antigüidade, os povos têm feito esforços concentrados para compreender o mistério do
nascimento e da morte. Não é necessário ir muito longe para se compreender esse mistério. O corpo
que assumimos nos faz experimentá-lo a cada segundo. O processo de inalação simboliza o nascimento
e a exalação, a morte. O homem é incapaz de entender o significado interior deste processo respiratório.
O que o homem precisa fazer para escapar do ciclo de nascimentos e mortes? Ele deve desenvolver
amor cada vez mais. Porém, atualmente, o homem nem mesmo ama seus semelhantes. Isto não
significa que lhe falte amor. Há amor, mas ele é incapaz de experimentá-lo. Ele deve valorizar o princípio
do amor e não, somente, os indivíduos.
Quando inalamos (So), o princípio vital penetra em nossos corpos e, quando exalamos (Ham), ele se vai.
A todo instante, esse processo de inalação e exalação nos lembra de nossa inerente divindade (Eu sou
Deus). Enquanto há alento vital, o corpo pode ser considerado auspicioso; assim que o princípio vital
declina e se vai, o corpo se torna um cadáver. Tanto o nascimento quanto a morte relacionam-se com o
corpo, não com o princípio vital. Muitas mudanças acontecem entre o nascimento e a morte, de modo
misterioso. Deus é o responsável por tudo isso. Porém, algumas pessoas negam a existência de Deus e
desperdiçam seu tempo em vã argumentação. Deus DE FATO existe. Ele não vem nem vai. Está
presente em todos os lugares, a todo instante. O homem experimenta nascimento e morte por causa de
1 Prahlada, o Rei Elefante, Dhruva e Kuchela foram, todos devotos de Vishnu ou Narayana, o Aspecto Preservador de Deus e
recebedores da Graça Divina em grande medida. Suas histórias são contadas no Srimad Bhagavatam e nos Puranas (narrativas
épicas). Não é possível descrever os milagres e a compaixão de Deus para com os personagens citados em uma nota explicativa.
2 Mantra entoado pelo próprio processo respiratório, cujo significado é aqui explicado por Baba.
seu apego ao corpo. Ele só se libertará do ciclo de nascimentos e mortes quando abandonar o apego ao
corpo e render-se completamente à Vontade de Deus.

Ó Deus! Eu ofereço a Ti o coração sagrado que me destes.
O que mais posso oferecer aos Teus Pés de Lótus?
Oro para que aceite minha humilde oferenda.
Poema em Télugo

O nascimento e a morte surgem da ilusão. A cada dia, neste mundo, muitos nascem e morrem.
Nascimento e morte ocorrem conforme o tempo e as circunstâncias. Entre os dois eventos, o homem se
deixa iludir pelo corpo e desenvolve vários relacionamentos no nível físico. Ele se identifica com o corpo
e se deixa levar pelos sentimentos de “eu” e “meu”. Este é um grave equívoco. Enquanto o corpo
sobrevive, vocês se relacionam com alguém. Tão logo o corpo pereça, o que acontece com os seus
relacionamentos? O verdadeiro relacionamento está no nível do Atma, não no nível físico. Antes de
nascer, quem está relacionado com quem? O que acontece depois da morte? De fato, tanto o
nascimento quanto a morte são resultados da ilusão, em função da qual vocês são incapazes de
reconhecer a Divindade. Como estamos presos nesse materialismo, somos incapazes de compreender o
princípio transcendental.
A verdadeira prática espiritual está em compreender a própria identidade. O indivíduo deve se perguntar:
“Quem sou eu?” Todas as práticas espirituais são concebidas para que vocês reconheçam quem
verdadeiramente são. Todos usam o termo “Eu” para se apresentar. Significa que o princípio do “Eu” (o
Ser) presente em vocês é o mesmo que está nos outros. O homem, entretanto, não consegue entender
essa unidade. Ele é enganado pelas diferenças baseadas no corpo físico. Conseqüentemente, dá
margem a conflitos e inquietações.

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