quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Os Mistérios Rosacruzes, de Max Heindel

Nossa Mensagem e Nossa Missão

Mente Sã - Coração Nobre - Corpo Sadio
Antes de iniciarmos uma explicação dos Ensinamentos Rosacruzes, será bom dizermos algumas palavras acerca deles e do lugar que ocupam na Evolução da Humanidade.
Por razões que serão dadas posteriormente, estes Ensinamentos advogam um ponto de vista dualístico: sustentam que o homem é um Espírito, contendo em potencial todos os poderes de Deus, como a semente contém a planta, e que esses poderes desenvolvem-se lentamente numa série de existências, dentro de corpos terrestres que melhoram gradualmente; também, que este processo de desenvolvimento tem sido levado a efeito sob a direção de exaltados Seres que ainda orientam nossos passos, embora essa orientação vá diminuindo à proporção que gradualmente adquirimos intelecto e vontade. Estes exaltados Seres, embora invisíveis aos nossos olhos físicos, constituem, não obstante, poderosos fatores em todos os assuntos da vida, dando aos diferentes grupos da humanidade lições que promovem eficientemente o desenvolvimento dos seus poderes espirituais. De fato, a Terra pode ser comparada a uma grande Escola de Treinamento, na qual existem alunos de diferentes idades e capacidades, como ocorre em qualquer das nossas escolas. Existem os selvagens, vivendo e cultuando sob as condições mais primitivas, vendo a um Deus em um pau ou em uma pedra. Depois, seguindo o progresso, que o homem realiza para a frente e para cima na escala da civilização, vamos encontrar uma concepção cada vez mais elevada da Divindade, até que florescesse aqui no nosso Mundo Ocidental a formosa religião cristã, que nos proporciona atualmente a inspiração espiritual e o incentivo para progredir.
Essas variedades de religiões foram dadas a cada grupo da humanidade pelos exaltados Seres que a Religião Cristã conhece com o nome de Anjos do Destino, cuja maravilhosa previsão habilita-os a verem o rumo de algo tão instável como a mente humana, estando assim capacitados a determinar os passos necessários para guiar o nosso desenvolvimento, de acordo com as linhas em harmonia com o mais elevado bem universal.
Estudando a história das antigas nações, verificaremos que, há cerca de 600 anos antes de Cristo, uma grande onda espiritual teve sua origem nas costas orientais do oceano Pacífico, onde a grande Religião de Confúcio acelerou o progresso da nação chinesa e, em seguida, também a Religião de Buddha começou a conquistar seus milhões de adeptos na Índia, e ainda mais a oeste tivemos a sublime filosofia de Pitágoras. Cada sistema era apropriado às necessidades particulares do povo a que se destinava. Depois começou o período dos Céticos, na Grécia, e, mais tarde, avançando para o Oeste, a mesma onda espiritual manifestou-se na Religião Cristã, na "Idade das Trevas", quando o dogma de uma Igreja dominante impôs sua crença a toda a Europa Ocidental.
É lei do universo que uma onda de despertar espiritual seja sempre seguida por um período de decrescente materialismo, e cada uma dessas fases é necessária para que o Espírito receba igual desenvolvimento, tanto no intelecto como no coração, sem ir demasiado longe em nenhuma das duas direções. Os Grandes Seres mencionados anteriormente, que cuidam do nosso progresso, tomam precauções para preservar a Humanidade desse perigo e, quando previram a onda de materialismo, que começou no século XVI com o nascimento da nossa Ciência moderna, tomaram medidas para proteger o Ocidente, como antigamente salvaguardaram o Oriente dos Céticos, que se viram contidos pelas Escolas de Mistérios.
No século XIV, apareceu na Europa Central um grande mestre espiritual cujo nome simbólico era
Christian Rosenkreuz
Ou
Cristão Rosacruz,
que fundou a misteriosa Ordem da Rosacruz, a respeito da qual tantas hipóteses se têm levantado, sem que algo relevante tenha chegado ao conhecimento do mundo em geral, pois ela é a Escola de Mistérios do Ocidente e se abre unicamente para aqueles que alcançaram o estágio de desenvolvimento espiritual necessário para ser iniciados nos seus segredos, relativos a Ciência da Vida e do Ser.
Se alcançarmos um desenvolvimento tal que nos permita deixar nosso corpo físico e sair para um vôo anímico pelo espaço interplanetário, veremos que o derradeiro átomo do corpo físico tem forma esférica, como a nossa Terra, isto é, apresenta-se como um globo. Se tomarmos certo número de globos do mesmo tamanho e os agruparmos ao redor de um deles, veremos que são necessários exatamente doze para ocultar o décimo terceiro. Portanto, doze visíveis e um oculto são números que revelam uma relação cósmica e, como todas as Ordens de Mistérios são baseadas em linhas cósmicas, todas se compõem de doze membros reunidos em tomo de um décimo terceiro, que é o Cabeça invisível.
Há sete cores no espectro: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Mas entre o violeta e o vermelho existem ainda outras cinco cores invisíveis aos olhos físicos, que se revelam à visão espiritual. Em toda Ordem de Mistérios existem igualmente sete Irmãos que, em certas ocasiões, aparecem ao mundo a fim de realizar o trabalho necessário para o avanço da comunidade a quem estão servindo, mas cinco Irmãos nunca são vistos fora do Templo. Estes trabalham com e ensinam aqueles que passaram por certos estágios de desenvolvimento espiritual e são, portanto, capazes de visitarem o Templo, por não ser conveniente para todos visitá-lo.
Que o leitor não imagine agora que essa Iniciação faz do aluno um Rosacruz, do mesmo modo que a admissão de um estudante a uma Universidade não fará dele um professor universitário. Nem mesmo ainda depois de passados os Nove Graus desta ou de qualquer outra Escola de Mistérios torna-se ele um Rosacruz. Os Rosacruzes são Hierofantes dos Mistérios Menores e, além deles, há ainda escolas onde são ensinados os Mistérios Maiores. Aqueles que já passaram pelos Mistérios Menores e se tornaram discípulos dos Mistérios Maiores são chamados Adeptos, mas, nem eles alcançaram ainda a posição elevada dos doze Irmãos da Ordem Rosacruz ou dos Hierofantes de qualquer Escola de Mistérios Menores, assim como não obtiveram a posição e o conhecimento dos professores das Escolas Superiores, os alunos que nela acabam de ser graduados.
Um trabalho posterior versará sobre a Iniciação, mas podemos dizer, desde já, que a porta de uma genuína Escola de Mistérios não se abre com uma chave de ouro, mas unicamente como uma recompensa aos serviços meritórios feitos à Humanidade, e todo aquele que se anuncia a si mesmo como sendo um Rosacruz, ou que cobra qualquer preço pelos seus ensinamentos, demonstra, por qualquer desses atos, que é um charlatão. O verdadeiro discípulo de qualquer Escola de Mistérios será demasiado modesto para anunciar esse fato. Desdenhará todos os títulos e honrarias dos homens e não terá interesse em riquezas, a não ser nas riquezas de amor que lhe forem dadas por aqueles a quem tiver o privilégio de ajudar e de ensinar.
Nos séculos transcorridos desde que foi formada a Ordem Rosacruz, seus membros têm trabalhado secreta e silenciosamente, esforçando-se para modelar o pensamento da Europa Ocidental, mediante as obras de Paracelso, Boehme, Bacon, Shakespeare, Fludd e outros. Todos os dias, à meia-noite, quando as atividades físicas do dia estão no seu refluxo inferior e os impulsos espirituais em seu fluxo superior, eles enviam do seu Templo vibrações que inspiram e impulsionam as almas a neutralizar o materialismo e a impelir o desenvolvimento dos poderes anímicos. Às suas atividades devemos todos nós a espiritualização gradual da nossa ciência, antes tão materialista.
Com o início do século XX, deu-se um novo passo a frente. Ficou estabelecido que algo deveria ser feito para tornar científica a Religião, assim como para espiritualizar a Ciência, com o propósito de, no final, ambas se harmonizarem, já que hoje em dia o coração e o intelecto estão divorciados. O coração sente instintivamente as verdades do ensino religioso tais como os maravilhosos mistérios da Imaculada Concepção (o Nascimento Místico), da Crucificação (a Morte Mística), do Sangue Purificador, da Expiação dos Pecados e de outras doutrinas da Igreja, que o intelecto se recusa a acreditar, porque são incapazes de demonstração e aparentemente em conflito com a lei natural. O processo material pode ser estimulado quando o Intelecto predomina, mas os anseios do coração ficam sem satisfação e, assim, o crescimento da alma ficará retardado até que o coração também seja satisfeito.
Com o propósito de proporcionar ao mundo um ensino harmonioso que satisfaça à mente e ao coração, foi necessário descobrir um Mensageiro e instruí-lo. Era necessário que ele reunisse determinadas qualidades extraordinárias; o primeiro escolhido fracassou ao não passar por certa prova, depois de ter passado vários anos sendo preparado para esse trabalho.
É uma verdade indiscutível que há um tempo para semear, como há outro para colher, e que também há determinadas ocasiões para todos os trabalhos da vida e, em concordância com esta Lei da Periodicidade, cada impulso para a elevação espiritual deve ser empreendido no momento apropriado, para que seja bem-sucedido. A primeira e a sexta década de cada século são especialmente propícias para o começo da divulgação de novos ensinamentos espirituais. Por esta razão, os Rosacruzes ficaram muito preocupados com aquela falha porque restavam somente cinco anos para terminar a primeira década do século XX.
A segunda escolha de um mensageiro recaiu sobre o autor deste trabalho, embora naquela época ele não soubesse disso e, planejando as circunstâncias ao seu redor, facilitaram-lhe o começo de um período de preparação para o trabalho que eles desejavam que o autor executasse.Três anos depois, por ocasião de sua viagem à Alemanha, e também por circunstâncias preparadas pela Irmandade invisível, e quando se achava no limite do desespero, ao perceber que a luz, que era o objetivo da sua procura, não passava de um facho de lanterna mágica, os Irmãos da Ordem Rosacruz puseram-no a prova, para ver se ele poderia ser um fiel mensageiro para transmitir ao mundo os Ensinamentos que desejavam confiar-lhe. Quando o autor superou a prova, deram-lhe a monumental solução para os problemas da existência que foi publicada, pela primeira vez, no Conceito Rosacruz do Cosmos em novembro de 1909, pouco mais de um ano antes de expirar-se a primeira década do século XX. Este livro marcou uma nova era na chamada literatura "oculta" e as muitas edições, que foram publicadas desde aquele tempo, assim como as milhares de cartas que chegam ao autor, são testemunhas eloqüentes do fato de que as pessoas estão encontrando nestes ensinamentos uma satisfação que durante longo tempo haviam buscado em vão.
Os Rosacruzes ensinam que todas as grandes religiões têm sido dadas aos povos que as professam por Inteligências Divinas, que determinaram cada sistema de adoração de forma adaptada as necessidades da Raça ou Nação. Um povo primitivo não pode corresponder a uma religião sublime e elevada, e.vice-versa. Aquilo que pode favorecer uma raça, poderia prejudicar outra e, seguindo o mesmo princípio, idealizou-se um sistema de desenvolvimento anímico adaptado especialmente ao Povo do Ocidente que, por temperamento e constituição racial, já não poderia acompanhar a disciplina de uma Escola Oriental, organizada para os Hindus mais atrasados.


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