sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Os Sapatinhos Vermelhos de Andersen

Na manhã do último sábado, 08 de dezembro, fomos eu, Tino, Pedro e Júlia assirtir ao espetáculo Os Encantadores de Histórias da companhia A Caixa do Elefante Teatro de Bonecos, no teatro da Caixa, aqui em Brasília. Convidamos vários amigos que se fizeram presentes e encontramos outros. André Amaro e sua filha, Íris Borges, Aldanei Andrade, minha irmã Andréa Bernardes e novos amigos que conhecemos nas apresentações do Firimfimfoca. Engraçado que algumas crianças apontavam para o Tino e para Aldanei e diziam: - Olha mãe, o Firimfimfoca!!! Felizes com o reconhecimento fomos conhecer o trabalho da Companhia.
No palco, dois atores (Carolina Garcia e Paulo Balardim), seus bonecos e a fantástica percutecleta contam uma adaptação para O Soldadinho de Chumbo e Tudo Está Bem Quando Acaba Bem, textos originais de Hans Christian Andersen. Naquela manhã, uma platéia miúda, talvez pelo horário inusitado (11h00), apreciava a encenação. Risos e aplausos. Crianças curiosas em conhecer os efeitos cênicos. Enfim, uma bela apresentação. Ao final, encontramos a querida Ana Dourado, ao lado do seu “Soldadinho de Chumbo”. Calçava um belíssimo par de sapatos vermelhos comprados no bairro da Liberdade em São Paulo. Disse que os calçou “em homenagem a Andersen”. Uma bela sacada, essa da minha xará.
Ela fazia referência a uma história pouco divulgada por estas terras tupiniquins: Sapatinhos Vermelhos. Este conto é sobre uma pobre menina que se encanta com os rubros calçados. Inveja e vaidade são os temas centrais do enredo. O final, característico em Andersen, não é feliz. Ana Dourado comentou sobre a dificuldade em encontrar um livro em português com essa história. Eu, que não havia atentado a isso, fui buscando na memória aonde eu havia lido aquele conto. Ao chegar em casa procurei nas obras do autor dinamarquês e nada encontrei. Segui em minha busca, pois estava certa de que havia lido em algum livro da estante. Enfim, achei o danado. É o conto de abertura do quarto volume da série CONTOS E POEMAS PARA CRIANÇAS EXTREMAMENTE INTELIGENTES (Harold Bloom, Editora Objetiva). Um livro de 500 páginas repleto de histórias maravilhosas como O Sinaleiro (Charles Dickens), Os Páes da Bruxa (O. Henry), O Horla (Guy de Maupassant) e William Wilson (Edgar Allan Poe). O autor dividiu os volumes em estações e este quarto representa o INVERNO. Por isso, os contos trazem a morte como elemento central. Os Roedores de Livros já falaram sobre esta coleção (Clique AQUI).
É estranho a falta do conto Sapatinhos Vermelhos em tantas compilações de Andersen por aí. Peço aos leitores deste blog que, caso conheçam outras publicações com esta história, deixem a indicação nos comentários. Talvez possamos popularizar ainda mais este conto. Para os curiosos mais afoitos, há uma versão numa tradução mais simples na internet (Clique AQUI). Mas, nada comparável ao conforto de saborear um livro com uma tradução bem feita, merecedora do talento de Andersen. Os sapatos vermelhos de Ana Dourado não estavam dançando naquela manhã, mas enfeitavam pés que adoram caminhar pelo mundo da fantasia. Hatuna Matata.

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