Afonso, o conquistador, é um projecto ambicioso de Maria Helena Ventura, socióloga que faz da investigação a sua especialização.
Autora de outras obras como, por exemplo, “A musa de Camões”, deixa perceber de facto toda a extensa e cuidada investigação da época em causa, quer seja ao nível do pensamento reinante, como também relativamente aos costumes e até na forma como se falava.
Projecto ambicioso, considero, porque realizar uma obra romanceada sobre o maior vulto da História de Portugal requer um cuidado especial até porque a esse nível nada existe, mas considero que se podia fazer muito melhor.
O romance até nem é mau, longe disso, mas faltam condimentos que a autora, se calhar até pelo seu estilo, não foi capaz de empregar.
Começando com um D. Afonso Henriques no início do seu reinado (a primeira falha, pois o processo que eleva Afonso Henriques a chefe do condado Portucalense e até a batalha de S. Mamede são simplesmentes omitidos), a história centra-se na personagem Afonso Henriques e nos seus companheiros íntimos que ficam indelevelmente ligados ao surgimento de Portugal enquanto nação.
Representado como um homem rude, Afonso cinquista território em busca de autonomia e reconhecimento, quer da Santa Sé, quer do seu primo e rei de Castela, também ele Afonso.
Desde logo associado aos templários, é clara a ligação entre ele e os guerreiros do templo, Afonso Henriques é a causa de um povo que sonha com a independência, de uma língua nova e de uma cultura.
O romance cumpre bem o seu objectivo, dando-nos a conhecer o home por detrás do mito, porém Maria Helena Ventura é algo macia nas descrições da vida efectiva do rei e extremamente sensaborona na descrição das batalhas onde Afonso se envolveu. Aliás, sensaborona é elogio porque essas descrições praticamente não existem.
É a maior pecha do livro e, quanto a mim, tira-lhe beleza e qualidade, pois não consegue passar a época. Pessoalmente nunca consegui situar-me na época, visualizar as suas descrições, sentir os seus cheiros.
Penso que a memória de D. Afonso Henriques merece mais e melhor, no entanto este “Afonso, o Conquistador” não é de deitar fora, sendo uma leitura que se faz com prazer e interesse.
Autora de outras obras como, por exemplo, “A musa de Camões”, deixa perceber de facto toda a extensa e cuidada investigação da época em causa, quer seja ao nível do pensamento reinante, como também relativamente aos costumes e até na forma como se falava.
Projecto ambicioso, considero, porque realizar uma obra romanceada sobre o maior vulto da História de Portugal requer um cuidado especial até porque a esse nível nada existe, mas considero que se podia fazer muito melhor.
O romance até nem é mau, longe disso, mas faltam condimentos que a autora, se calhar até pelo seu estilo, não foi capaz de empregar.
Começando com um D. Afonso Henriques no início do seu reinado (a primeira falha, pois o processo que eleva Afonso Henriques a chefe do condado Portucalense e até a batalha de S. Mamede são simplesmentes omitidos), a história centra-se na personagem Afonso Henriques e nos seus companheiros íntimos que ficam indelevelmente ligados ao surgimento de Portugal enquanto nação.
Representado como um homem rude, Afonso cinquista território em busca de autonomia e reconhecimento, quer da Santa Sé, quer do seu primo e rei de Castela, também ele Afonso.
Desde logo associado aos templários, é clara a ligação entre ele e os guerreiros do templo, Afonso Henriques é a causa de um povo que sonha com a independência, de uma língua nova e de uma cultura.
O romance cumpre bem o seu objectivo, dando-nos a conhecer o home por detrás do mito, porém Maria Helena Ventura é algo macia nas descrições da vida efectiva do rei e extremamente sensaborona na descrição das batalhas onde Afonso se envolveu. Aliás, sensaborona é elogio porque essas descrições praticamente não existem.
É a maior pecha do livro e, quanto a mim, tira-lhe beleza e qualidade, pois não consegue passar a época. Pessoalmente nunca consegui situar-me na época, visualizar as suas descrições, sentir os seus cheiros.
Penso que a memória de D. Afonso Henriques merece mais e melhor, no entanto este “Afonso, o Conquistador” não é de deitar fora, sendo uma leitura que se faz com prazer e interesse.
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