Estivemos no passado sábado em Algés, no Palácio Ribamar, para visitar a exposição de ilustrações de Gémeo Luís a partir de dois dos seus livros, O Quê que Quem - Notas de rodapé e de corrimão (Prémio Nacional de Ilustração, 2005) e O Sam e o Som. O trabalho deste ilustrador destaca-se pelo carácter inovador que resulta dos seus trabalhos de recorte em papel. Quando observamos este trabalho impresso em livro, é possível perceber a intensidade, o movimento que cada uma destas criações transporta. Visitar uma exposição onde podemos contactar com os originais e observar, em alguns casos, a sua tridimensionalidade, confirma expectativas e liberta-nos para uma construção onde a palavra que acompanha a ilustração deixa de ser necessária. A ilustração que se limita a servir o texto é hoje em dia cada vez mais rara. O trabalho do ilustrador assume uma independência que valoriza o seu trabalho e que o coloca no mesmo patamar do autor de palavras. Nesta exposição, perante a presença da quase totalidade das obras de Gémeo Luís, pode realizar-se esse jogo. É possível pegar num dos livros a partir dos quais se construiu a mostra e comparar cada uma das ilustrações, entre a versão impressa e o original que no espaço da galeria ganha vida.
Aventuras Domiciliárias III - Sonhos de trazer por casa, Edições Éterogémeas, Porto
Entre as obras disponíveis encontram-se diversos títulos da colecção Curtocircuito, das edições Éterogémeas (da responsabilidade de Gémeo Luís). Observámos alguns e fomos atraídos pela quase totalidade dos títulos. A nossa escolha recaiu sobre o livro Aventuras Domiciliárias III - Sonhos de trazer por casa. Um belo livro que une as palavras de Estevão Roque ao traço de Gémeo Luís, um livro para ser degustado lentamente, com prazer.
A exposição está aberta durante o mês de Julho e merece uma visita.
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