No blog Bomba Inteligente pode ser lido um texto de Abel Barros Baptista sobre a mais recente polémica entre alguns autores de blogs portugueses. Na origem desta troca de opiniões está um repto que circula por aí pedindo que sejam indicados dez livros que não mudaram a vida de quem os leu.
O que está aqui em causa não é a legitimidade de listas que nos são oferecidas por intelectuais da nossa praça. Se observarmos as estatísticas de iliteracia, um problema que deve ser encarado de frente e para o qual se vão testando algumas soluções, podemos pensar até que ponto estes exercícios podem acrescentar alguma coisa a uma discussão essencial. A leitura não deve ser encarada como um exercício de elites. Pode ser curioso saber quem leu o quê, mas ninguém deve sentir-se menorizado por não ter lido certos autores de referência.
O exercício de leitura não deve cingir-se a critérios «impostos» por terceiros que, pela sua visibilidade, são lidos e escutados. Deve, isso sim, constituir um exercício de liberdade pessoal.
«E depois, entre quem os lê, há os conservadores e os que, não sendo conservadores, querem preservar a vida de mudanças não planeadas. Esses dois tipos de leitores não têm porventura direito à existência?»
Têm, sem dúvida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário