O balanço dos primeiros ateliers de poesia resume-se a surpresa.
Fiquei surpreendida com o comportamento dos alunos de duas turmas do 1º ano do 1º ciclo, crianças de seis anos que não conseguem estar sentadas no seu lugar, não respeitam a sua vez de falar, e não ouvem o que os colegas ou a professora dizem. Não são todos, é certo. Mas são muitos, demais.
A turma do 2º ano destacou-se como a mais atenta, concentrada, empenhada e participativa. Percebi que já tinham desenvolvido bastante vocabulário, que facilmente sugeriam, de acordo com os desafios propostos por mim. É evidente que a idade e a maior adaptação às regras e ritmo de trabalho terá bastante influência na prestação deste grupo.
As turmas do 1º ano tiveram muita dificuldade em encontrar palavras que rimassem entre si (a partir de rimas tão simples como ar, ão ou el). No entanto, continuam a gostar muito de ouvir histórias. Li-lhes dois álbuns que remetem para o discurso poético, A minha mãe (Anthony Brown, Caminho) e Avós (Chema Heras, texto; Rosa Osuna, ilust., Kalandraka). Apesar de estranharem a estrutura repetitiva do último álbum, consegui nesse momento que as turmas fizessem silêncio, tendo alguns alunos evidenciado entusiasmo, pelas expressões faciais que ia observando.
No que respeita ao desenvolvimento de vocabulário, à criação de um imaginário e de uma relação afectiva com o discurso poético, não me parece que seja impossível motivar estas crianças. O que me parece grave é o seu comportamento , a ausência de respeito pelas regras, o seu egocentrismo extremo. Esta tendência dificulta imenso a aprendizagem e as práticas didácticas diversificadas. O interesse e a boa vontade dos professores são, nesta matéria cruciais, mas mesmo os melhores não fazem milagres...
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