quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Palomar

A primeira sensação que tive quando acabei de ler "Palomar", de Italo Calvino, foi mesmo que, numa outra altura da minha vida, iria, certamente, relê-lo. E, talvez, com essa releitura, iria apreciar esta obra duma outra maneira, duma maneira quiçá mais "madura", porque este livro merece ser lido com tempo (certamente irei relê-lo numa altura de férias), pensado, discutido e depois ser-lhe feita uma reflexão mais séria.

Digamos que, envolvido que estou no rebuliço dos dias e na falta de tempo, a altura para o ler não terá sido a melhor, e talvez desse mais valor a um livro mais “imediato” e não a um que necessita de ser lido com mais tempo, como refiro atrás.

Não quero dizer com isto que "Palomar" seja um mau livro, com uma história complicada, difícil, muito antes pelo contrário, a história, ou melhor, o conjunto de histórias de tão simples que são, merecem serem melhor percebidas, melhor discutidas e isso apenas com tempo e com uma reflexão. Não é à toa que eu considero o final muito melhor do que o seu início, provavelmente já me estava a habituar ao seu estilo, embora me pareça que no último capítulo tenha as reflexões mais pessoais com as quais acabamos por nos identificar depressa.

O livro gira à volta do Sr. Palomar e das suas "aventuras", que acabam sempre numa reflexão filosófica. Ele está dividido em 3 capítulos, "As férias de Palomar", "Palomar na cidade" e "Os silêncios de Palomar", que depois estão subdivididos em pequenas histórias, onde descobrimos alguns sentidos às coisas mais mundanas do mundo.

Foi o primeiro livro de Calvino que li, certamente irei voltar a ler mais obras suas, principalmente as mais conhecidas.

Simples, muito narrativo e com reflexões merecedoras de destaque, é um livro que nos ajuda a ver o mundo com outros olhos e a reparar nas coisas mais simples que, muitas vezes, nos passam ao lado.

7/10 - Bom

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