"A devastação total das Terras do Mundo Emerso pelos exércitos malévolos do Tirano está iminente, e só Nihal poderá salvá-las. Terá de reunir as oito pedras que compõem o talismã de poderes misteriosos e que são dedicadas aos espíritos da natureza, os únicos capazes de combater a força destruidora do Tirano e pôr fim à guerra."
Para ser sincera, não sei muito bem o que dizer quanto a este livro e à sua leitura. Por um lado foi o melhor dos três, por outro foi o que mais me custou a ler (embora me apreça que isso também se deve a factores exteriores e não paenas ao livro em si). Comecemos então pelos pontos mais positivos... Com este volume conseguimos finalmente saber muito mais acerca de todas as personagens - bons e maus revelam o que lhes vai na alma - as suas motivações e histórias pessoais, os seus medos e alegrias. Com isto temos várias surpresas, das quais devo destacar a veradeira essência dos garrons que a mim muito me surpreendeu.
Devo destacar, mais uma vez, a forma como a história nos é apresentada, à medida que a acção se vai desenrolando também a nossa vontade de querer saber o que vem depois cresce e com as revelações bombásticas que nos vão sendo feitas pelo caminho a coisa fica entusiasmente. Ainda assim, tive bastante dificuldade em ler determinadas passagens, sobretudo as descrições das viagens e as visitas aos templos. Seria de pensar que uma vez que grande parte do livro se centra nestas visitas, que são uma forma de Nihal se preparar para enfrentar o Tirano, a acção iria ser um forte nestas fases da narrativa mas a verdade é que fiquei com a sensação que faltava algo e que por vezes a autora estava apenas a "encher chouriços". Outro ponto negativo foi o tratamento dado aos personagens do Mundo Submerso (por parte da autora), depois de um segundo volume em que se empenham todos os esforços para tentar uma aliança com este povo e em que a narrativa gira muito em torno destes personagens, neste livro quase não os vemos, são practicamente aniquilados. Sabemos que eles estão lá mas nunca sabemos bem o que fazem e porquê.
O final em si agradou-me, acaba por ser feita justiça muito ao estilo dos contos de fadas tradicionais. Ainda assim, nem tudo são rosas e há mortes injustas e personagens que não ficam com um destino muito definido (o que terá acontecido aos Phos? Não gosto de pensar que ficou sozinho ou que morreu...).
Enfim, gostei do livro, da forma como a história acabou e sobretudo da forma como nos faz pensar nos dias de hoje e nas nossas vidas. O mundo não vive sem guerra, há sempre violência em qualquer parte e até os lugares mais idílicos são atingidos por ela, cabe-nos a nós fazer algo para que não seja assim, para que as coisas mudem; tal como também é tarefa nossa olhar para o que temos em volta, bem perto de nós e descobrir que talvez aquilo que mais queremos e desejamos esteja mesmo ali à mão. É tarefa nossa tentar fazer do mundo e do nosso interior locais melhores. 7/10
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