Sempre fui uma curiosa de marca maior. Acho que ainda hoje sofro daquele “mal” da infância: quero saber o por quê de tudo. Me sinto o próprio Gabriel, inspiração da Paula Toller para a música “Oito anos”, gravada também por Adriana Calcanhotto no seu magistral disco Adriana Partimpim em que o pequeno tem mania de explicação. Os Guias dos Curiosos de Marcelo Duarte vivem ao alcance da minha curiosidade e fico pescando utilidades e futilidades por aí. Sabendo desta minha queda por aprender um pouquinho mais, o Tino me presenteou com o livro OS 10 + HORRIPILANTES CONTOS DE FADAS (texto e ilustrações de Michael Coleman, Cia das Letras). De início torci o nariz para a capa e para o título, mas fui em frente e descobri que, além de novas versões para velhas histórias, estavam lá muitas informações que contextualizam diversas situações curiosas dos tais contos de fadas. E são esses dados – mais que as histórias – que fazem deste livro um ítem obrigatório para a estante de quem gosta de histórias e tem um pouquinho de curiosidade.
Entre uma história e outra aparecem as delícias deste banquete fabuloso. O autor apresenta informações como Os 10 maiores contadores de histórias (você já ouviu falar de Giambattista Basile ou Gabrielle-Suzanne Villeneuve?), Os 10 maiores ingredientes dos contos de fadas (para você aprender dicas além dos tradicionais “Era uma vez…” e “Felizes para sempre”), sinais, símbolos e superstições dos tempos em que as histórias foram escritas (Por que as bruxas transformavam os príncipes em sapos?... a resposta está lá), um relato sobre a difícil vida das crianças naqueles tempos (por isso, tanta madrasta nas histórias…), e mais: curiosidades sobre bruxas, animais falantes e aberrações da natureza. O leitor ainda descobrirá que, em bom português a famosa Cinderela deveria se chamar Cinzerela, pois seu nome original deriva das cinzas que passava em seu corpo em razão do luto que prestava em memória da mãe. E por falar em Cinderela, o seu sapatinho não era de cristal. Quando Charles Perrault escreveu a história ele provavelmente confundiu as palavras francesas vair (pelica) e verre (vidro), mas convenhamos, é muito mais fantástico um sapato de cristal!!!
Quando falamos sobre curiosidades no campo das clássicas histórias infantis não podemos esquecer que existem livros mais robustos, com os textos originais e com informações preciosas acerca do tema como o CONTOS DE FADAS e FADAS NO DIVÃ, porém eles assustam o leitor mediano com o volume de informações e o texto por vezes técnico demais para olhos menos eruditos. O livro de Michael Coleman oferece em menos de 200 páginas ricamente ilustradas informação na medida certa para quem gosta de histórias, seja este leitor um pai, mãe, avó ou avô, aluno ou professor. Eu adorei meu presente. Estou certa de que você vai gostar. Hatuna Matata.
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