segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Encontro com Jesus, de Djalma Argollo

TRECHO:
Prefácio
Qual o tipo, o mais perfeito, que Deus há oferecido
ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
“Vede Jesus” (Kardec, 1972, questão 625) 2.
Esta é uma nova edição, revista e ampliada, do primeiro
livro que escrevi entre os anos de 1985 e 1988, e que
foi publicado pela primeira vez em 1989 por intervenção
do meu querido amigo Wilson Midlej. Até hoje, quando vem
a lume esta edição, tem sido motivo de alegrias para mim,
por causa das referências e testemunhos de diversas
pessoas, em vários Estados, sobre o quanto receberam dele
em consolação, estímulo e esperança.
Este livro foi o início de uma série de publicações
que produzi em torno de Jesus e dos Evangelhos. Nele, já
se encontra o núcleo central de minhas idéias sobre o
Mestre: sua personalidade afável, amiga e total informalidade
em relação aos costumes da época. Busco sempre
resgatar a pessoa de Jesus, que se me apresenta, às pesquisas,
completamente oposta à descrita em alguns livros,
espíritas ou não.
O mito Jesus tem sido um entrave à aproximação do
homem Jesus, um indivíduo que viveu de forma harmoniosa
e sem preconceitos. Judeu, seguidor fiel da religião
de seu povo, que realizava todos os atos de piedade
2 Tradução minha.
estabelecidos pela tradição, mas que sempre pôs os
sentimentos nobres acima de qualquer imposição
ritualística. Sua religiosidade nunca foi piegas nem beata,
mas simples e ativa como a própria vida. Minha visão
dele é completamente diferente do deus factótum do Cristianismo.
Esta doutrina, que foi gerada por Paulo de Tarso,
é hoje a resultante sincrética, que o inconsciente coletivo
dos povos politeístas ampliou em seus diversos ramos,
tanto do Ocidente, quanto do Oriente. E, igualmente, é
bem diversa do espectro docetista, criado por mentes
apaixonadas pelo sobrenatural e pelo fantástico, e que
fazem tudo para fugir ao prosaísmo da realidade, por não
satisfazer o vício das emoções exacerbadas, mesmo que
frutos de improbabilidades.
O Mestre era uma pessoa alegre e feliz. Valorizava o
mundo como Criação de Deus e usava seus recursos de
maneira equilibrada, sem fanatismo. Sua alegria transparece
em muitas palestras, e na forma como coloca apelidos
interessantes em discípulos, como Simão e os irmãos Tiago
e João, filhos de Zebedeu. Senta-se à mesa dos banquetes
que lhe oferecem, ou que proporciona – como a última
ceia – e come e bebe sem quaisquer pruridos de moralismo
ou doentia exaltação religiosa.
Convive com os discípulos, tolerando o nível evolutivo
de cada um, sem imposições de qualquer natureza. Veja-se
o caso de Judas, enquanto os cristãos vivem a envolvê-lo
em permanente execração, o Mestre não fez a menor referência
ao seu ato, quando retornou, após a morte, em diversas
aparições aos seus seguidores. Seu coração não guardava
mágoas, somente amor.
As histórias aqui coletadas recordam o Jesus real:
companheiro, amigo, terno e amoroso. Quando se descobre
esse grande ser humano, e espírito de escol, se tem
um modelo inexcedível para pautar a existência.
A partir desta edição, este livro tem por finalidade
colaborar com os projetos da Fundação Lar Harmonia,
notável empreendimento do Bem idealizado por Adenáuer
Novaes, e por ele desenvolvido, com o auxilio de inúmeros
e dedicados colaboradores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário