sábado, 31 de março de 2007

LANÇAMENTOS DIGITAL SOURCE - 2 LIVROS - 30/03/2007

Antonio Ghirelli - Tiranos
O processo de transformação democrática da sociedade, iniciado no Ocidente a partir das revoluções inglesa, francesa e americana, entre os séculos 17 e 18, e complementado a seguir, na segunda metade do século 19, com a generosa mensagem do socialismo, deveria vir a concluir-se no século passado. O que era de se esperar, entre outras coisas, dadas as admiráveis conquistas realizadas pela ciência, tecnologia e comunicações. Um cruel paradoxo da História quis, contudo, que essas mesmas conquistas favorecessem o advento de ditaduras moderníssimas.

Aos olhos de hoje, o século 20 parece ter sido principalmente o dos grandes ditadores, homens de personalidade ambígua e cruel, oradores brilhantes, com grande capacidade de liderança, mestres na arte da propaganda e da mentira, impiedosos em relação aos inimigos e, não raro, em relação aos próprios amigos. O que levou Hitler, Stalin, Mussolini, Mao Tsé-tung, Franco, Pol Pot e Pinochet a se tornarem figuras emblemáticas? O que podem ter em comum essas personalidades aparentemente tão díspares e que, muitas vezes, gozaram da cumplicidade tácita, do apoio ou até mesmo do afeto dos povos que dominaram? O jornalista Antonio Ghirelli tenta responder a estas questões, relendo a história do século findo e desenhando uma inquietante galeria de retratos desses "demônios do poder", autores de algumas das páginas mais negras de toda a História recente. O estilo simples, quase jornalístico, do autor torna sua obra acessível a um público amplo.

Segundo Ghirelli, o elenco de tiranos não se reduz aos sete que figuram no livro. Para aumentar esse grupo não haveria a menor dificuldade de escolha: entre a Indonésia e os Bálcãs, o Japão do micado e a Argentina dos generais, a África do Sul dos racistas brancos e a África dos alucinados Napoleões negros. Ele limitou-se, no entanto, aos nomes mais simbólicos das duas ideologias contrapostas - a direita e a esquerda. Estudos e trabalhos foram feitos analisando cada uma das tiranias em separado. É, porém, surpreendente perceber que, sob princípios, ideologias ou mesmo resultados os mais diversos ou até opostos, há entre elas denominadores comuns. E mais surpreendente ainda reconhecer, graças a essa visão em conjunto, que é ingênuo supor que o mito da "raça pura", a crença fanatizada na grandeza da nação ou na "superioridade" de algum grupo ficaram no passado.



Phillip Roth - O Professor de Desejo
Em O Professor de Desejo (1977), o personagem Kepesh passou da alegoria desolada para a paisagem mais familiar e povoada do romance erótico de formação. O livro narra - na voz em primeira pessoa, as aventuras sexuais de Kepesh, desde a adolescência até os 34 anos, incluindo um "ménage à trois" com duas estudantes suecas em Londres, um breve e desastroso (e sem filhos) casamento com uma oportunista chamada Helen e, finalmente, um sereno mas emocionalmente satisfatório romance com uma professora chamada Claire.


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