quarta-feira, 1 de abril de 2009

Não Há Sexo na Cidade


O livro que aqui apresentamos vai muito para além do sexo. Aliás, essa não é a questão fulcral da obra da autoria de Suad Amiry. Para além do título ser muito sugestivo em termos de marketing de vendas, aqui, a palavra sexo serve para lembrar que os protagonistas destas histórias são apenas mulheres. Neste livro, o leitor é uma testemunha, um confidente, um juiz e até, às vezes, um cúmplice de conversas de mulheres que, numa «tertúlia feminina» chamada Darna Restaurant, em Ramallah, abordam várias temáticas que marcam o quotidiano no médio oriente. Aliás, este espaço de conversas não foi escolhido por acaso. O Darna Restaurant existe na realidade, e uma das suas características é que, graças à sua arquitectura, proporciona um ambiente confortável e íntimo para conversas muito peculiares.
Além do amor e do sexo, as mulheres falam da guerra e retratam a família. Apesar de serem muito diferentes fisicamente, a nível de vivência têm em comum o facto de nunca terem visto concretizados os seus sonhos, assim como as suas aspirações, na Palestina. A revolta destas mulheres começa pela vitória do Hamas, que terá, alegadamente, apagado a última vela para a libertação da Palestina. Os muros construídos por Israel são agora uma prisão mais forte do que no antigamente. Aliás, podemos dizer que a obra é muito actual, e recorda-nos o mais recente conflito israelo-palestiniano.
O livro é fruto de um grande profissionalismo e de um grande conhecimento geopolítico por parte desta autora, arquitecta de profissão, que tem dedicado muito da sua vida à arquitectura palestiniana. Segundo a própria, as histórias que aqui são relatadas saíram do seu interior sem grandes dificuldades. Aquilo que viu e sentiu, facilmente passou para o papel.
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Suad Amiry
Não Há Sexo na Cidade
Âmbar, 18,01 €

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