terça-feira, 2 de junho de 2009

ABANDONO

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Cai a chuva, forte, fria
E ao romper a madrugada
Surge, à luz do novo dia,
A criança abandonada.
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O farrapo que lhe cobre
O corpinho, emagrecido,
Não servia a outro pobre,
De tão velho, tão puído.
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Sem amor de pai e mãe,
Sem cuidados, sem carinho,
Sem destino, nem caminho.
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Que futuro espera alguém
Tão pequeno e tão sozinho,
Co' o descaso por vizinho?

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Vítor Cintra
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A escolha deste poema, extraído do livro «Pedaços do Meu Sentir», é a minha forma de homenagear o poeta, seu autor, e de lhe manifestar o meu apoio e a minha admiração pelas posições de indignação, que assume e nos dá a conhecer em Um Poema de Vez em Quando, perante a incompetência, a irresponsabilidade e a indignidade da Justiça, em Portugal.

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