terça-feira, 23 de junho de 2009

O Penúltimo Sonho

Autor: Ángela Becerra
Editor: Casa das Letras
Páginas: 496
ISBN: 9724616444
Tradutor: Artur Lopes Cardoso

Sinopse
1939. Joan Dolgut e Soledad Urdaneta vivem intensamente o seu primeiro amor, num contexto em que tudo os separa: as classes sociais, os costumes da época, o dinheiro e, até, um oceano. A sua existência converte-se num sonho por cumprir, que termina no final das suas vidas, com um desenlace surpreendente. Muitos anos depois, os filhos de Joan e Soledad encontram-se pela primeira vez. Os dois são chamados para identificar os corpos dos respectivos pais, que se suicidaram vestidos de noivos. Confrontados com a trágica despedida do casal, vão tentar descobrir o grande segredo que dominou a vida dos pais e os conduziu à morte. Entre os filhos vai desenvolver-se uma relação que abarca sentimentos inesperados, paixões por resolver, contradições, equívocos, espiritualidade e erotismo, narrados com uma intensidade única. Um hino aos sentimentos que prevalecem sobre os interesses, as regras e os costumes de cada época.

Opinião
Se este não foi o livro que tive mais dificuldade em encontrar, então andou perto disso. Depois de ler alguma opiniões entusiasmadas sobre este livro, comecei à procura. Livrarias online? Nada. Lojas físicas? Nem vê-lo. Nem na Feira do Livro, onde supostamente existe mais possibilidade de encontrar livros já esgotados, o consegui encontrar. Finalmente, graças ao Twitter e à simpática Isabel Garcia do grupo Oficina do Livro, consegui finalmente um exemplar.

Depois de tanta expectativa, só posso dizer que o livro esteve à altura. O Penúltimo Sonho conta a história de Joan e Soledad, que se apaixonaram em jovens, mas que foram separados pelas diferenças sociais existentes entre os dois, e impostas pela família de Soledad. O livro inicia-se com uma cena algo macabra, em que Joan e Soledad são encontrados mortos, vestidos de noivos, na casa dele. A partir daí, a narrativa alterna entre passado e presente, relatando a história de encontros e desencontros entre os dois, bem como o processo de descoberta de si próprios dos seus dois filhos e netos, marcados indelevelmente pela história de amor dos seus pais/avós.

Para além do óbvio destaque para o amor, em todas as suas formas, este é um livro que contém também alguns elementos sobrenaturais (a fazer lembrar a Laura Esquivel, por exemplo), contado num tom por vezes quase poético. É uma bela história, que nos relembra que o amor não escolhe idades, raças ou estratos sociais. Gostei muito e espero em breve ler mais desta autora (tenho em casa Amores Negados, ainda por ler).

8/10 - Muito Bom

[Livro n.º 54 do meu Desafio de Leitura]

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