terça-feira, 21 de agosto de 2007

A propósito dos incêndios... ainda Nils Holgersson

«Toda a gente se admirava de que a montanha não voltasse a ter árvores, mas ninguém se lembrava que o solo, depois do grande incêndio, ficara estorricado. (...)
Um dia, porém, convocaram-se todas as crianças da freguesia - cada uma delas trazia ao ombro uma pá ou uma enxada e na mão um pequeno cesto com provisões. O pequeno exército pôs-se a caminho da montanha, com a bandeira à frente, escoltada por professores e professoras, seguida de dois guardas-florestais e de um cavalo que puxava um carro carregado de plantas de pinheiro e sementes de abeto. (...)
O guarda-florestal ensinou-lhes [às crianças] como haviam de fazer para plantar os pinheirinhos em toda a parte onde descobrissem um bocado de terra.
As crianças entretinham-se a remexer a terra e davam a entender, pelo seu aspecto grave, que estavam conscientes da importância do seu trabalho. Os pinheiros novinhos prenderiam a terra e não consentiriam que o vento a levasse. Juntar-se-ia nova terra debaixo das árvores, as sementes cairiam nessa terra e, daí a alguns anos, poder-se-ia colher framboesas e mirtos onde agora só havia rocha totalmente nua.»
pp.301,303, A maravilhosa viagem de Nils Holgersson através da Suécia

Escrito em 1906, é de inegável actualidade. A ideia, para além disso, é muito boa. Porque não fazer visitas de estudo, devidamente orientadas por guardas florestais, bombeiros ou engenheiros florestais? O episódio envolve ainda os pais que, curiosos, vão observar o trabalho dos filhos e acabam por participar nas actividades. A naturalidade das descrições leva-nos a sonhar com a terra, o cheiro das flores e dos pinheiros, ou a experiência de plantar uma árvore.

A boa notícia é que já saiu a edição de bolso do livro, na colecção Biblioteca Independente. São 374 páginas mais leves com uma redução de preço em mais de €5 relativamente ao preço do livro de capa dura.



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