Imaginem um mundo onde ter um livro é um crime e onde a função dos bombeiros é queimá-los. Onde "pensar" e "imaginar" são vistos como coisas inúteis. Onde todas as pessoas são iguais, vêm os mesmos programas na tv e onde todos têm a ilusão de serem felizes.
É este cenário que nos apresenta o livro Fahrenheit 451, uma das obras mais conhecidas na categoria da distopia, onde se inserem igualmente 1984 (George Orwell), Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) ou A Laranja Mecânica (Anthony Burgess). Fahrenheit 451 foi publicado pela primeira vez em 1953, como forma de crítica à sociedade norte-americana da época. O título do livro refere-se à temperatura, em graus Fahrenheit, a que os livros ardem por completo.
A história apresenta-nos o bombeiro Guy Montag, que, tal como todos os outros, tem a ilusão de ser feliz. Até que conhece a jovem Clarisse, que é uma rapariga diferente de todas as outras pessoas, que pensa por ela própria e que gosta de observar as pequenas maravilhas da natureza. Clarisse é o pretexto para acordar a semente de liberdade que Montag tinha dentro de si. e que o vai levar numa cruzada contra o sistema implantado, cujo estereótipo de cidadão se materializa, por exemplo, na sua esposa Mildred, mais uma ovelha no rebanho, completamente fútil e desinteressada.
Paralelismos com os dias de hoje? Muitos! Mas aqui vou dar voz a um excerto de uma excelente crítica de Jorge Candeias a este livro, que representa na perfeição aquilo que penso:
Um conselho: leiam este livro!!
9/10 - Excelente
[Livro n.º 3 do meu Desafio de Leitura]
A história apresenta-nos o bombeiro Guy Montag, que, tal como todos os outros, tem a ilusão de ser feliz. Até que conhece a jovem Clarisse, que é uma rapariga diferente de todas as outras pessoas, que pensa por ela própria e que gosta de observar as pequenas maravilhas da natureza. Clarisse é o pretexto para acordar a semente de liberdade que Montag tinha dentro de si. e que o vai levar numa cruzada contra o sistema implantado, cujo estereótipo de cidadão se materializa, por exemplo, na sua esposa Mildred, mais uma ovelha no rebanho, completamente fútil e desinteressada.
Paralelismos com os dias de hoje? Muitos! Mas aqui vou dar voz a um excerto de uma excelente crítica de Jorge Candeias a este livro, que representa na perfeição aquilo que penso:
Fahrenheit 451 é um livro que começa a tornar-se antigo, e pelos padrões da FC é decididamente velho. Mas lê-lo no Portugal de hoje é arrepiante. Basta ligar o botão do telecomando e olhar cinco minutos para aquilo que a televisão nos apresenta todos os dias, para o lixo televisivo que invade milhões de lares diariamente, neste país e nos demais, para aquela imensa promoção da ignorância e da estupidez, disfarçada do pragmatismo capitalista que busca apenas o lucro. Depois de ler, hoje em dia, este velho livro de Bradbury, é impossível não vermos à nossa volta os milhões de Mildreds que enchem as nossas ruas, demasiado fracas para enfrentar a complexidade do mundo que as rodeia, refugiando-se em telenovelas, concursos, big-brothers e demais programas de vida falsificada em directo, futebóis e telejornais de um jornalismo que, no lugar de informar, as mais das vezes desinforma.
E os livros não são queimados, mas são deixados a ganhar pó nas prateleiras das livrarias, com excepções que muitas vezes são, também elas, veículos promotores de ignorância e incultura, fazendo dos livros mais um dos instrumentos ao serviço dos "bombeiros" do mundo real, instrumentos bem mais subtis que os usados no mundo inventado por Bradbury. Sim, Bradbury não previu o futuro nos seus mínimos detalhes, mas apesar disso Fahrenheit 451 é um terrível espelho dos tempos que vivemos. Um livro intemporal. Um livro que fica.
Um conselho: leiam este livro!!
9/10 - Excelente
[Livro n.º 3 do meu Desafio de Leitura]
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