Hoje trazemo-vos as respostas da Miss Alcor, que voltou (felizmente) a escrever no seu Constelação de Letras. Obrigado, Miss!
1 - Como surgiu a ideia de criares um blog sobre livros?
A ideia do blog sobre livros não foi só minha. A minha parceira de blog, a Mizar e eu sempre adoramos ler! Normalmente quando nos encontramos o assunto acaba sempre em livros: quais os últimos que lemos, que compramos, etc, etc.
A ideia do blog era partilhar com o mundo as coisas que íamos lendo, de maneira a contribuir para divulgar as coisas boas e más que circulam por aí.
Inicialmente construímos uma lista de livros considerados pelos demais como "essenciais à leitura", mas esse objectivo foi-se dissolvendo nos livros que fomos comprando e lendo.
2 - És uma leitora rápida? Quantos livros lês, em média, por mês?
Quando estava desempregada era muito mais rápida! Chegava a ler 2 livros por semana, e agora dou por mim a ler apenas 2/3 livros por mês.
Acho que tudo na vida é uma questão de disciplina. Quando comecei a trabalhar quase deixei de ler, porque quando me deitava era apenas para dormir. Depois passei a fase da TV: deitava-me e ligava a televisão, e ficava a vegetar à frente do dito aparelho. Agora disciplinei-me e não consigo apagar a luz sem ler um bocadinho. O problema é que normalmente antes de ler 30 ou 40 páginas não consigo parar, e portanto acabo sempre por apagar a luz mais tarde do que esperava!
No entanto, apesar de ser mais lenta, acho que vivo mais o livro. Anseio por me deitar para ler e acompanhar mais um pouco a personagem e o ambiente em que está inserida.
3 - Qual é o teu livro preferido de sempre e porquê?
Bem, essa é fácil: Orgulho e Preconceito de Jane Austen.
Quanto ao porquê... basicamente por tudo! Pelas personagens simplesmente maravilhosas, muito bem caracterizadas e com as quais nos conseguimos identificar; pela época, em que as ideias e as vivências eram tão diferentes que me despertam uma curiosidade imensa; pelo carinho com que está escrito e pelo facto de já o ter lido pelo menos 8 vezes o que faz com que conheça quase os diálogos de cor! :D
4 - O que te leva a identificares-te com uma personagem/história?
Sempre tive uma imaginação muito fértil, portanto quando leio crio um ambiente baseado naquilo que o autor descreve. Normalmente estou no lugar onde a obra se desenrola e vejo as cores, sinto os cheiros, e dialogo com as pessoas, como se fosse eu a personagem principal.
Gosto de romances históricos, de policiais, de thrilers históricos, porque se desenrolam em ambientes dinâmicos, com um ritmo agradável, e com personagens inteligentes e àgeis.
Normalmente identifico-me com a personagem que me ensina algo, seja qual for a natureza do que estou a aprender.
5 - Género literário preferido e que livro recomendarias dentro do mesmo?
O problema é que não gosto de um género definido. Ou explicando melhor: gosto de muitos livros dentro de um género, e não quero excluir outros. Por exemplo:
- Fantástico: J.K. Rowling (Potter Rules!!!!!!!), George Martin (Crónicas de Gelos e Fogo) e Juliet Marillier (Trilogia Sevenwaters)
- Policial/Thriler: Patricia Cornwell (por exemplo a Quinta dos Cadáveres e o Cemitérios dos Sem Nome - Ou qualquer um outro da Série Scarpetta), Daniel Silva (O Criado Secreto) ; Julia Navarro (A Bíblia de Barro)
- Romance Histórico: Robin Maxwell (Diário Secreto de Ana Bolena);
- Romance: Jane Austen (Orgulho e Preconceito); Edith Wharton (A casa da Felicidade)
Podiamos continuar toda a noite, mas ainda tenho de ir secar o cabelo! ;)
6 - O que achas das adaptações cinematográficas de livros?
Isto é um assunto que dá pano para mangas... Adoro ver na tela as personagens que construí na minha imaginação, desde que sejam fidedignas. Por exemplo apesar de adorar o Orgulho e Preconceito, acho que a adaptação do Joe Wright é simplesmente abominável! O Mr .Darcy é um folião, de camisa desapertada, e a Elizabeth é uma libertina!
Na minha opinião não vale a pena inventar aquilo que já está inventado: ou se faz bem, ou não se faz! Por muito que um filme seja a imaginação de um realizador, a verdade é que quando é uma adaptação deve ser fiel à ideia do escritor no qual se baseia. Se não pretende que seja igual, então que lhe dê outro nome, e que o apresente de outra maneira (Como o fez Helen Fielding com o seu Diário de Bridget Jones - É o Orgulho e Preconceito adaptado à sua realidade!).
7 - Qual é a tua opinião sobre os e-books?
Não há nada que substitua o prazer de abrir um livro e inalar o seu cheiro como se ele fosse a antecipação do que vamos ler nas suas páginas.
Depois disto, acho que não há mais nada a dizer...
8 - Tens alguma ideia sobre o que deveria ser feito para aumentar os índices de leitura em Portugal?
Em primeiro lugar DIVULGAR. Ninguém procura aquilo que não conhece. Portanto é necessário mostar os livros às pessoas (sem querer falar da TVI, acho que a ideia de fazer adaptação do livro "Equador" é simplesmente genial, porque mostra sobre a forma que as pessoas conhecem - novela! - um livro que muita gente não compraria!)
Em segundo lugar, o preço! É uma vergonha eu conseguir comprar um clássico do Charles Dickens em Inglês por 1,30€ e um livro do Eça de Queirós a 15€!
Em terceiro e último remover de uma vez por todas a condição de "supérfluo" ao livro . Ler não tem nada de supérfluo! Tudo o que incentive a imaginação e acrescente alegria à vida das pessoas não devia ser considerado acessório! Basta de ver TV e de conversar no messenger! Há que incentivar hábitos de leitura às crianças.
9 - A leitura é uma paixão que nasce connosco ou está mais dependente de factores externos (muitos livros em casa desde a infância, etc.)?
Podemos ter uma predisposição genética para tocar piano, mas se nunca praticarmos, nunca vamos conseguir tocar nem o "Parabéns a você"!
É muito importante rodear a criança de livros, ler-lhe histórias, aguçar-lhe a curiosidade com livros, porque isso faz com que os livros façam parte da sua vida e não sejam apenas um objecto que decora prateleiras.
Eu cresci a olhar para os livros do meu pai. Ele não me deixava ler porque dizia que não tinha idade, e eu cresci com a curiosidade de saber o que ía dentro daquelas páginas. Acho que isso foi determinante no amor que tenho aos livros... isso e todos os livros que os meus pais me ofereceram quando eu era pequena, desde os Cinco aos livros d' Uma Aventura passando por todos os Atlas e Dicionários.
1 - Como surgiu a ideia de criares um blog sobre livros?
A ideia do blog sobre livros não foi só minha. A minha parceira de blog, a Mizar e eu sempre adoramos ler! Normalmente quando nos encontramos o assunto acaba sempre em livros: quais os últimos que lemos, que compramos, etc, etc.
A ideia do blog era partilhar com o mundo as coisas que íamos lendo, de maneira a contribuir para divulgar as coisas boas e más que circulam por aí.
Inicialmente construímos uma lista de livros considerados pelos demais como "essenciais à leitura", mas esse objectivo foi-se dissolvendo nos livros que fomos comprando e lendo.
2 - És uma leitora rápida? Quantos livros lês, em média, por mês?
Quando estava desempregada era muito mais rápida! Chegava a ler 2 livros por semana, e agora dou por mim a ler apenas 2/3 livros por mês.
Acho que tudo na vida é uma questão de disciplina. Quando comecei a trabalhar quase deixei de ler, porque quando me deitava era apenas para dormir. Depois passei a fase da TV: deitava-me e ligava a televisão, e ficava a vegetar à frente do dito aparelho. Agora disciplinei-me e não consigo apagar a luz sem ler um bocadinho. O problema é que normalmente antes de ler 30 ou 40 páginas não consigo parar, e portanto acabo sempre por apagar a luz mais tarde do que esperava!
No entanto, apesar de ser mais lenta, acho que vivo mais o livro. Anseio por me deitar para ler e acompanhar mais um pouco a personagem e o ambiente em que está inserida.
3 - Qual é o teu livro preferido de sempre e porquê?
Bem, essa é fácil: Orgulho e Preconceito de Jane Austen.
Quanto ao porquê... basicamente por tudo! Pelas personagens simplesmente maravilhosas, muito bem caracterizadas e com as quais nos conseguimos identificar; pela época, em que as ideias e as vivências eram tão diferentes que me despertam uma curiosidade imensa; pelo carinho com que está escrito e pelo facto de já o ter lido pelo menos 8 vezes o que faz com que conheça quase os diálogos de cor! :D
4 - O que te leva a identificares-te com uma personagem/história?
Sempre tive uma imaginação muito fértil, portanto quando leio crio um ambiente baseado naquilo que o autor descreve. Normalmente estou no lugar onde a obra se desenrola e vejo as cores, sinto os cheiros, e dialogo com as pessoas, como se fosse eu a personagem principal.
Gosto de romances históricos, de policiais, de thrilers históricos, porque se desenrolam em ambientes dinâmicos, com um ritmo agradável, e com personagens inteligentes e àgeis.
Normalmente identifico-me com a personagem que me ensina algo, seja qual for a natureza do que estou a aprender.
5 - Género literário preferido e que livro recomendarias dentro do mesmo?
O problema é que não gosto de um género definido. Ou explicando melhor: gosto de muitos livros dentro de um género, e não quero excluir outros. Por exemplo:
- Fantástico: J.K. Rowling (Potter Rules!!!!!!!), George Martin (Crónicas de Gelos e Fogo) e Juliet Marillier (Trilogia Sevenwaters)
- Policial/Thriler: Patricia Cornwell (por exemplo a Quinta dos Cadáveres e o Cemitérios dos Sem Nome - Ou qualquer um outro da Série Scarpetta), Daniel Silva (O Criado Secreto) ; Julia Navarro (A Bíblia de Barro)
- Romance Histórico: Robin Maxwell (Diário Secreto de Ana Bolena);
- Romance: Jane Austen (Orgulho e Preconceito); Edith Wharton (A casa da Felicidade)
Podiamos continuar toda a noite, mas ainda tenho de ir secar o cabelo! ;)
6 - O que achas das adaptações cinematográficas de livros?
Isto é um assunto que dá pano para mangas... Adoro ver na tela as personagens que construí na minha imaginação, desde que sejam fidedignas. Por exemplo apesar de adorar o Orgulho e Preconceito, acho que a adaptação do Joe Wright é simplesmente abominável! O Mr .Darcy é um folião, de camisa desapertada, e a Elizabeth é uma libertina!
Na minha opinião não vale a pena inventar aquilo que já está inventado: ou se faz bem, ou não se faz! Por muito que um filme seja a imaginação de um realizador, a verdade é que quando é uma adaptação deve ser fiel à ideia do escritor no qual se baseia. Se não pretende que seja igual, então que lhe dê outro nome, e que o apresente de outra maneira (Como o fez Helen Fielding com o seu Diário de Bridget Jones - É o Orgulho e Preconceito adaptado à sua realidade!).
7 - Qual é a tua opinião sobre os e-books?
Não há nada que substitua o prazer de abrir um livro e inalar o seu cheiro como se ele fosse a antecipação do que vamos ler nas suas páginas.
Depois disto, acho que não há mais nada a dizer...
8 - Tens alguma ideia sobre o que deveria ser feito para aumentar os índices de leitura em Portugal?
Em primeiro lugar DIVULGAR. Ninguém procura aquilo que não conhece. Portanto é necessário mostar os livros às pessoas (sem querer falar da TVI, acho que a ideia de fazer adaptação do livro "Equador" é simplesmente genial, porque mostra sobre a forma que as pessoas conhecem - novela! - um livro que muita gente não compraria!)
Em segundo lugar, o preço! É uma vergonha eu conseguir comprar um clássico do Charles Dickens em Inglês por 1,30€ e um livro do Eça de Queirós a 15€!
Em terceiro e último remover de uma vez por todas a condição de "supérfluo" ao livro . Ler não tem nada de supérfluo! Tudo o que incentive a imaginação e acrescente alegria à vida das pessoas não devia ser considerado acessório! Basta de ver TV e de conversar no messenger! Há que incentivar hábitos de leitura às crianças.
9 - A leitura é uma paixão que nasce connosco ou está mais dependente de factores externos (muitos livros em casa desde a infância, etc.)?
Podemos ter uma predisposição genética para tocar piano, mas se nunca praticarmos, nunca vamos conseguir tocar nem o "Parabéns a você"!
É muito importante rodear a criança de livros, ler-lhe histórias, aguçar-lhe a curiosidade com livros, porque isso faz com que os livros façam parte da sua vida e não sejam apenas um objecto que decora prateleiras.
Eu cresci a olhar para os livros do meu pai. Ele não me deixava ler porque dizia que não tinha idade, e eu cresci com a curiosidade de saber o que ía dentro daquelas páginas. Acho que isso foi determinante no amor que tenho aos livros... isso e todos os livros que os meus pais me ofereceram quando eu era pequena, desde os Cinco aos livros d' Uma Aventura passando por todos os Atlas e Dicionários.
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