A acção foi surpreendente. A experiência de acções passadas permitiu-nos prever tendências, e presumir certezas onde não as há... As grandes revelações, desta vez, brindaram-nos a nós. Devíamos ter percebido, logo na 6ª feira, que algo de diferente se passava. Das nove participantes, uma era a Bibliotecária, e outra a professora responsável pela Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Vila Velha. Significa que a maioria das participantes estavam lá na sua condição de mães, o que é raro acontecer. Foi também reconfortante constatarmos que Graça Batista tem a sensibilidade necessária para divulgar as iniciativas da Biblioteca pessoalmente, conversando com as pessoas, convidando-as e incentivando-as a participar. Foram as próprias mães quem no-lo disseram, depois da própria Graça já ter partilhado a estratégia connosco. Outro aspecto a destacar foi a forma descontraída como resolveu todas as contrariedades apresentadas pelas mães, relativamente à sua disponibilidade.
No dia seguinte, para além das mães que já conheciamos da véspera, apareceu mais uma mãe, com o seu filhote, cujo contributo foi bastante positivo para o bom ambiente e participação espontânea das outras crianças. Começámos, como sempre, por convidar as crianças a escolher um de dois livros para ser lido em voz alta. A escolha foi inédita: venceu Donde vem a Pimenta? As mães riram-se perante a nossa surpresa. Tinhamos-lhes confidenciado que certamente seria É tão injusto! o primeiro livro a ser lido, como sempre acontecera. Mais, praticamente lhes assegurei que as crianças mais velhas escolheriam Donde vem a Pimenta?, e sairiam vencidas. Mas João, de dez anos, votou vencido no É tão injusto!
A leitura dos livros por ordem oposta não influenciou negativamente a sessão, mas serviu para voltarmos a tomar consciência de que, quando trabalhamos com pessoas, não há certezas absolutas e as estratégias não funcionam sempre da mesma forma.
Quando elaboraram a lista final (cada par escolheu cinco livros) dos livros que mais gostariam de ler, os pares optaram por obras diferentes, havendo apenas dois livros que se repetiram: Os miúdos do piolho/Os piolhos do miúdo e O sonhador. Também não é normal, mas quando as mães e tias (havia três com as sobrinhas) desabafaram que as negociações foram árduas, constatámos que a mensagem de 6ª feira tinha passado: as adultas não deram descanso aos mais pequenos.
A terminar lemos o É tão injusto!...
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